BNDES fecha acordos de R$ 20,8 bilhões para financiar projetos sustentáveis
Durante a COP30, banco público anuncia parcerias com instituições da Europa, Japão e América Latina para impulsionar transição ecológica e crédito verde
247 - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quarta-feira (12), durante a COP30, em Belém (PA), a assinatura de acordos internacionais que somam R$ 20,86 bilhões. Os recursos serão destinados a projetos sustentáveis em energia renovável, mobilidade urbana, crédito a pequenas empresas e ações de combate às mudanças climáticas. As informações são da Folha de S.Paulo.
As parcerias foram firmadas com bancos de desenvolvimento da Europa, do Japão e da América Latina, em cerimônia que contou com representantes do BNDES, do Ministério do Meio Ambiente e de instituições financeiras internacionais. Segundo o banco, o objetivo é fortalecer o financiamento da transição ecológica brasileira e consolidar o país como referência global em sustentabilidade.
“O BNDES está ampliando sua capacidade de captar recursos internacionais a custos competitivos para apoiar a transição ecológica e o desenvolvimento sustentável do Brasil”, afirmou o presidente do banco, Aloizio Mercadante. Ele ressaltou que as parcerias com instituições estrangeiras são “estratégicas” e integram a estratégia de diversificação do funding do BNDES.
Desde 2023, a diretoria de Planejamento e Relações Institucionais do banco, responsável pelas captações internacionais, tem reunido em média cerca de US$ 3 bilhões por ano para financiar iniciativas de mitigação das mudanças climáticas e de preservação ambiental. Em 2025, esse valor já chega a US$ 4 bilhões, sinalizando a ampliação da agenda verde do banco de fomento.
O maior aporte veio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que confirmou um pacote de US$ 2,25 bilhões (R$ 11,93 bilhões) distribuídos em três frentes. O Fundo Clima, gerido pelo BNDES, receberá US$ 500 milhões (R$ 2,65 bilhões) para apoiar projetos de mitigação e adaptação climática.
O presidente do BID, Ilan Goldfajn, destacou a urgência de fortalecer o financiamento climático na região. “No ano passado — um único ano — foram registradas 74 catástrofes. Custo? US$ 10 bilhões. Estamos falando de R$ 50 bilhões e milhões de vidas afetadas”, afirmou. “Temos que acelerar e escalar as iniciativas. Estamos fortalecendo o Fundo Clima para que o financiamento chegue a quem precisa no dia a dia — especialmente pequenas e médias empresas e projetos locais.”
Além disso, o BID vai liberar US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) para projetos de modernização e inovação voltados a micro, pequenas e médias empresas situadas nos biomas Amazônia, Cerrado, Caatinga e Pantanal. Outros US$ 750 milhões (R$ 3,98 bilhões) serão destinados à ampliação do acesso ao crédito para pequenos empreendedores, com foco na produtividade e na geração de empregos na Amazônia.
Da Europa, um consórcio formado pelo KfW (Alemanha), AFD (França) e CDP (Itália) vai disponibilizar 1 bilhão de euros (R$ 6,15 bilhões) para projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa e adaptação climática. Em um acordo adicional, o KfW também aportará 280 milhões de euros (R$ 1,72 bilhão) voltados a iniciativas de mobilidade urbana e geração de energia solar e eólica.
Já o JBIC (Banco Japonês de Cooperação Internacional) participará com US$ 200 milhões (R$ 1,06 bilhão) para financiar projetos de energia limpa, combustível sustentável de aviação (SAF) e bioetanol, além de promover cooperação técnica em proteção ambiental e mudanças climáticas.
