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BNDES lidera financiamento de ônibus elétricos na América Latina, mostra estudo internacional

Banco já aprovou R$ 3,8 bilhões em crédito desde 2023, viabilizando a compra de 1.701 veículos e reduzindo emissões de CO₂ no transporte urbano

Financiamentos do Banco alavancam R$ 5,4 bi em investimentos para a aquisição de 1.701 ônibus para o transporte público, com redução de emissões de 115 mil toneladas de CO2 por ano (Foto: Divulgação )

247 - Com pouco mais de dois anos desde o início de suas operações voltadas à eletromobilidade, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já se consolidou como o maior financiador de ônibus elétricos da América Latina. A informação consta no relatório “Mecanismos de financiamento disponíveis para ônibus e veículos de carga zero emissões”, publicado em maio de 2025. O levantamento é uma iniciativa conjunta da C40 Cities e do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT), com apoio da plataforma Zebra (Zero Emission Bus Rapid-deployment Accelerator).

De acordo com o estudo, o BNDES responde por mais de 12% do valor total alocado a projetos de ônibus elétricos em toda a região. A pesquisa foi realizada com instituições financeiras de países como Brasil, Chile, Colômbia, México e Equador. O banco brasileiro aparece à frente da empresa privada VG Mobility (10%) e do banco comercial BNP Paribas (8%). Também integram o ranking o Banco Mundial e o IDB Invest, com participações entre 4% e 6%. Outros bancos públicos do Brasil, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, também figuram entre os 20 principais financiadores da América Latina.

Desde 2023, o BNDES já aprovou R$ 3,8 bilhões em crédito para projetos de aquisição de ônibus elétricos em municípios como São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS), além do estado do Espírito Santo e da operadora privada Mobibrasil. Esses financiamentos mobilizam R$ 5,4 bilhões em investimentos totais e permitirão a aquisição de 1.701 ônibus para o transporte público, com potencial de redução anual de 115 mil toneladas de CO₂.

Entre as principais operações está o financiamento de R$ 2,5 bilhões ao município de São Paulo, aprovado em 2023, para a compra de 1.300 veículos. No mesmo ano, o BNDES destinou R$ 80 milhões, por meio do Fundo Clima, para a implantação do BRT ABC, o primeiro sistema BRT totalmente elétrico do país. Em 2024, o destaque foi a aprovação de quatro novas operações no âmbito do Novo PAC Refrota, somando R$ 1,3 bilhão para a aquisição de mais 304 ônibus.

Atualmente, seis fabricantes de ônibus elétricos já estão credenciados junto ao BNDES, em resposta à crescente demanda por veículos de baixa emissão. Para o presidente do banco, Aloizio Mercadante, a atuação da instituição está alinhada com os objetivos estratégicos do país.

 “A liderança do BNDES no financiamento à eletrificação da frota nacional de ônibus reforça o compromisso do Banco com o desenvolvimento sustentável e inclusivo. Esse apoio estimula a produção nacional de chassis, carrocerias, peças e baterias, impulsionando a geração de empregos qualificados e fortalecendo a indústria brasileira, ao mesmo tempo em que contribui para a consolidação de uma economia de baixo carbono, prioridade do governo do presidente Lula”, declarou Mercadante.

O relatório do C40 e ICCT ressalta que o papel das instituições públicas é essencial para a transição energética no transporte urbano, ao viabilizar investimentos de longo prazo e mitigar os riscos enfrentados por operadores privados. A posição de liderança do BNDES reforça o protagonismo do Brasil na agenda climática e na implementação de soluções sustentáveis nas cidades latino-americanas.