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Com ações de prevenção, Brasil tem recorde de redução nas queimadas em agosto

Dados do Inpe mostram queda inédita nos focos de incêndio e reforçam impacto das ações de prevenção e combate implementadas em 2025

Redução histórica das queimadas: em agosto de 2025, o Brasil registrou 18.451 focos de calor, o menor número desde o início do monitoramento do Inpe em 1998 (Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília)

247 - O Brasil alcançou um marco histórico na preservação ambiental: o mês de agosto de 2025 registrou o menor número de queimadas desde o início do monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998. De acordo com informações divulgadas pelo portal do Governo Federal, foram identificados 18.451 focos de calor em todo o território nacional. Este resultado representa uma queda de 61% em comparação à média histórica para o período (47.348 focos) e 13,8% abaixo do recorde anterior, registrado em 2013, quando o país contabilizou 21.410 ocorrências. É a primeira vez que o índice fica abaixo da marca de 20 mil em agosto.

O levantamento revela também a dimensão da mudança: em 2024, o país havia enfrentado 68.635 focos no mesmo mês, quase quatro vezes mais que o resultado atual. Já em 2023, foram 28.054, número igualmente superior ao de 2025. Para especialistas, a curva de redução demonstra a eficácia das políticas públicas ambientais e dos investimentos em prevenção e resposta rápida a incêndios.

Comparativo histórico — queimadas em agosto

  •  Média histórica: 47.348
  •  2025: 17.943
  •  2024: 68.635
  •  2023: 28.054
  •  2022: 47.507
  •  2021: 51.711
  •  2020: 50.694
  •  2013: 21.410 (recorde anterior)

No acumulado de 2025, o Inpe registrou 47.531 focos de queimadas em todo o país. O Cerrado foi o bioma mais afetado, concentrando 47,9% dos registros. A Amazônia ficou em segundo lugar, com 28,3% do total. Já o Pantanal apresentou apenas 173 ocorrências, correspondendo a 0,4% do total nacional.

Em relação aos estados, o Mato Grosso liderou com 14,5% dos focos registrados, seguido por Maranhão (12,6%), Tocantins (11,7%), Bahia (8,6%) e Pará (7,1%).

Ações de combate e prevenção em 2025

O resultado positivo é atribuído a uma série de medidas adotadas pelo governo federal. Entre elas, a contratação do maior contingente de brigadistas federais da história, somando 4.385 profissionais — 2.600 vinculados ao Ibama e 1.785 ao ICMBio, um aumento de 26% em relação ao ano passado.

Além disso, foram incorporados sete novos helicópteros ao Ibama, ampliando em 75% a capacidade de transporte de brigadistas, em 40% as horas de voo anuais e em 133% o volume de água lançado sobre áreas em chamas.

O Fundo Amazônia, desde 2023, aprovou R$ 405 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros da Amazônia Legal, com R$ 370 milhões já contratados. Pela primeira vez, os recursos foram estendidos também a estados do Cerrado e do Pantanal. Em julho de 2025, foram destinados R$ 150 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Piauí e Distrito Federal.

Outras iniciativas incluem a sanção da Lei 15.143/2025, que agiliza a contratação de brigadistas e permite o uso de aeronaves estrangeiras em situações emergenciais; a retomada da Sala de Situação Interministerial sobre Incêndios; e a implementação de planos de ação específicos para todos os biomas até 2027.

Também foram realizadas campanhas de conscientização em estados da Amazônia Legal, editais de apoio a municípios prioritários e portarias de emergência ambiental, como a nº 1.327/2025 do MMA, que aponta áreas vulneráveis e períodos críticos para o risco de incêndios florestais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ainda o decreto nº 12.189, que amplia as punições para crimes relacionados a incêndios florestais, reforçando a estratégia nacional de enfrentamento aos danos ambientais.