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JBS defende regenerar pastagens para elevar a produtividade rural

No VEJA Fórum de Agronegócio, Fábio Dias, da JBS, defende que eficiência, solo saudável e sistemas integrados são essenciais para uma pecuária sustentável

Durante evento em São Paulo, Fábio Dias destacou que a regeneração do solo e sistemas produtivos integrados são a chave para garantir eficiência, sustentabilidade e renda no campo (Foto: Divulgação JBS )

247 - A regeneração de pastagens degradadas e a expansão dos sistemas integrados de produção devem orientar as principais estratégias da pecuária brasileira nos próximos anos. A avaliação foi feita por Fábio Dias, líder de Pecuária Sustentável da JBS, durante participação no VEJA Fórum de Agronegócio, realizado nesta segunda-feira (24), em São Paulo. As informações foram apresentadas no painel “Agricultura Sustentável: como produzir sem desmatar”, promovido pela revista Veja.

Ao debater os caminhos para uma produção eficiente e ambientalmente responsável, Dias destacou que produtividade e sustentabilidade não são temas concorrentes, mas complementares — fatores indispensáveis para assegurar a longevidade da cadeia de proteína animal. A JBS, que opera em 20 países e mantém relacionamento diário com centenas de milhares de produtores rurais, considera a saúde de todo o sistema produtivo um eixo estratégico. “A produção pecuária e agrícola precisa prosperar por muitos anos, não apenas por alguns. Se os produtores não forem bem, toda a cadeia não irá bem”, afirmou.

Mudança de paradigma: do volume para a produtividade duradoura

Segundo o executivo, o setor vive uma transição importante. Se antes o foco estava apenas no aumento do volume produzido, hoje os desafios relacionados à degradação de solo e à queda de produtividade — sobretudo em áreas antigas de abertura — levaram a pecuária a adotar uma visão mais orientada à qualidade e à longevidade. Para Dias, essa mudança implica uma gestão regenerativa contínua. “É fundamental garantir que a fazenda seja mantida em condições de produtividade superior a cada ano, demonstrando que a exploração pecuária de longo prazo é totalmente sustentável”, destacou.

ILPF como vetor de eficiência e redução do desmatamento

Dias ressaltou a singularidade do sistema produtivo brasileiro, capaz de abrigar duas ou até três safras na mesma área, devido à maior resiliência do solo tropical. Nesse contexto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) se consolidou como ferramenta essencial para conciliar maior produtividade, diversificação da renda e benefícios ambientais. “Colocar animais numa área aumenta a vida do local, eleva a qualidade da terra e mantém o solo coberto durante todo o ano”, explicou.

A combinação entre ILPF e redução da idade de abate, afirmou o executivo, diminui a pressão por abertura de novas áreas e reduz emissões entéricas, contribuindo para que o país avance na consolidação de uma pecuária de baixo carbono.

Ecossistema de apoio ao produtor e impacto em larga escala

Para acelerar a adoção de tecnologias regenerativas e ampliar a formalização da cadeia, a JBS estruturou um ecossistema robusto de assistência técnica e difusão de conhecimento. O programa Escritórios Verdes, criado em 2021, oferece orientação técnica, ambiental e gerencial gratuita a produtores de diferentes regiões. Segundo Dias, a iniciativa já atendeu mais de 20 mil produtores, reinserindo-os na cadeia produtiva regular e sustentável. “Construímos um ecossistema que difunde conhecimento e apoio aos produtores”, reforçou.

Um futuro de baixo carbono

Ao encerrar sua participação, o líder de Pecuária Sustentável da JBS afirmou que o Brasil reúne condições naturais e tecnológicas para consolidar um sistema pecuário mais competitivo e climático. A combinação entre maior capacidade de estocagem de carbono no solo tropical e avanços na eficiência produtiva aponta para uma trajetória positiva. “Ao aumentar a produção por área, a JBS enxerga um futuro brilhante para a pecuária brasileira, onde a sustentabilidade se torna o novo padrão de eficiência e inclusão produtiva”, concluiu.