HOME > Brasil Sustentável

Nordeste lança plano ecológico com foco em bioeconomia e inclusão

Plano Brasil Nordeste de Transformação Ecológica reúne 47 propostas e R$ 100 milhões iniciais para reflorestamento e transição sustentável na região

Nordeste lança plano ecológico com foco em bioeconomia e inclusão (Foto: Consórcio Nordeste )

247 - O Consórcio Nordeste lançou oficialmente, nesta terça-feira (12), durante a COP30, o Plano Brasil Nordeste de Transformação Ecológica (PTE-NE) — um projeto inédito que posiciona o Nordeste como protagonista da transição ecológica brasileira. A informação é da assessoria do Consórcio Nordeste. O documento consolida uma visão estratégica de desenvolvimento sustentável para a região, articulando políticas públicas, investimentos verdes e saberes tradicionais.

O plano, elaborado em parceria com o Ministério da Fazenda, a Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) e a Open Society Foundations, reúne 47 propostas e 324 ações prioritárias, formuladas com a participação de 515 representantes dos nove estados nordestinos. A iniciativa está estruturada em seis eixos centrais: Finanças Sustentáveis e Inclusivas; Adensamento Tecnológico; Bioeconomia e Sistemas Agroalimentares Adaptados; Transição Energética; Economia Circular e Solidária; e Infraestrutura Verde-Azul e Adaptação Climática.

Durante o lançamento, o presidente do Consórcio e governador do Piauí, Rafael Fonteles, destacou o caráter histórico do plano e a importância da integração entre os estados e o governo federal.

 “Muito feliz de lançar aqui na COP30, a COP do Brasil, a COP da implementação, o Plano de Transformação Ecológica Brasil Nordeste. Alinhado, claro, com o plano de transformação ecológica do Brasil, do presidente Lula, coordenado pelo ministro Haddad e pela ministra Marina, e tratando de temas específicos do Nordeste — sobretudo o grande potencial que nós temos na bioeconomia, nos nossos principais biomas, em especial a Caatinga, mas também o Cerrado e a vegetação costeira da região”, afirmou Fonteles.

Como uma das primeiras ações concretas do PTE-NE, foi firmado um acordo entre o BNDES e o Banco do Nordeste (BNB), destinando R$ 100 milhões para o Programa Floresta Viva. O investimento será aplicado no recaatingamento, ou seja, na recuperação da vegetação nativa e de áreas degradadas do bioma Caatinga — começando pelos estados de Sergipe e Piauí, com expansão prevista para todo o Nordeste.

O anúncio ocorreu na Zona Verde da COP30, no espaço do Consórcio Nordeste, e contou com a presença dos governadores da região, do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, de dirigentes do Banco do Nordeste, além de autoridades federais, representantes da sociedade civil e da comunidade científica.

O Plano Brasil Nordeste de Transformação Ecológica projeta o Nordeste como um laboratório vivo de inovação social e ambiental, unindo tecnologia, inclusão social e preservação dos ecossistemas. O recaatingamento, nesse contexto, simboliza o novo modelo de desenvolvimento sustentável: geração de renda, proteção da biodiversidade e valorização das comunidades locais.

Entre as medidas previstas estão a criação de Zonas de Desenvolvimento Sustentável da Caatinga, o pagamento por serviços ambientais, o apoio a cooperativas e startups verdes e o estabelecimento de polos tecnológicos voltados ao uso sustentável do bioma.

Rafael Fonteles também ressaltou que o plano fortalece uma nova etapa do federalismo cooperativo, com foco em financiamento, inclusão social e desenvolvimento regional.

 “Esse plano é alinhado com o plano de transformação ecológica do governo federal. Não há como fazer um plano ousado sem parceria e alinhamento com o governo federal. E ele traz temas específicos da nossa região, que tem o maior potencial do Brasil na bioeconomia e na transição energética. O desafio é garantir o financiamento para tantas iniciativas que queremos desenvolver nas cidades e territórios do Nordeste — da economia circular à infraestrutura hídrica, passando pela industrialização verde”, afirmou.

O governador concluiu ressaltando que o PTE-NE foi pensado “para melhorar a vida das pessoas, garantindo mais dignidade, renda e respeito ao meio ambiente”. Segundo ele, o protagonismo do Nordeste na agenda ecológica brasileira se consolida com um plano que alia visão estratégica, cooperação federativa e resultados concretos.