Petrobras tem a primeira refinaria do país certificada para produção de SAF
Reduc recebe selo internacional para fabricar SAF e reforça o protagonismo do país na transição energética do setor aéreo
247 - A Refinaria Duque de Caxias (Reduc), da Petrobras, no Rio de Janeiro, alcançou um marco histórico ao se tornar a primeira refinaria do Brasil certificada para produzir e comercializar combustível sustentável de aviação (SAF) pela rota HEFA (Hydroprocessed Esters and Fatty Acids). A informação foi divulgada pela Petrobras em nota oficial. Essa rota, reconhecida internacionalmente, é uma das principais alternativas para a descarbonização do setor aéreo, permitindo a redução das emissões de gases de efeito estufa sem alterar a infraestrutura existente de abastecimento.
A certificação ISCC CORSIA (International Sustainability and Carbon Certification – Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation) atesta que o processo da Reduc cumpre rigorosos padrões de sustentabilidade e rastreabilidade exigidos pelo mercado internacional. O reconhecimento veio após a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), concedida em maio de 2025, e a emissão do certificado pela ISCC em outubro.
Com a certificação, a Reduc está pronta para iniciar a produção de SAF com até 1,2% de matéria-prima renovável, podendo comercializar até 50 mil metros cúbicos por mês do combustível — o equivalente a 10 mil barris por dia. Essa produção atende à meta de reduzir 1% das emissões de gases de efeito estufa da aviação doméstica até 2027, conforme as diretrizes do Combustível do Futuro e do programa internacional CORSIA, da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).
Segundo o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, a conquista reforça o papel da estatal na transição energética.
“A Petrobras dá mais um passo no caminho da transição energética justa ao oferecer ao mercado uma solução estratégica de baixo investimento e rápida implementação, contribuindo de forma efetiva para a descarbonização do setor aéreo. Concomitante a isso, estamos provando a importância dos investimentos em inovação e sustentabilidade no refino brasileiro”, afirmou.
Petrobras se antecipa às exigências do setor aéreo
A antecipação da produção de SAF antes da obrigatoriedade legal coloca o Brasil em posição de destaque na corrida global por combustíveis sustentáveis. A partir de 2027, as companhias aéreas que operam no país deverão utilizar SAF em voos internacionais, conforme prevê a legislação brasileira e os compromissos assumidos no âmbito do CORSIA.
O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, destacou que a produção por coprocessamento é uma estratégia competitiva e alinhada às metas de descarbonização.
“O SAF produzido por coprocessamento é um produto competitivo que fortalece a transição energética justa no setor de aviação e coloca o Brasil na vanguarda das exigências do Combustível do Futuro. Ao atender rigorosos padrões internacionais, já demonstra, na prática, como a indústria nacional pode se antecipar às demandas globais e abrir caminho para uma aviação mais sustentável”, declarou Schlosser.
Além da Reduc, a Refinaria Henrique Lage (Revap), localizada em São José dos Campos (SP), também realizou recentemente testes com coprocessamento de óleo vegetal, um passo importante para expandir a produção de SAF em outras unidades da Petrobras.
Certificação internacional e compromisso ambiental
A ISCC (International Sustainability and Carbon Certification) é um sistema global que garante a sustentabilidade, rastreabilidade e redução de emissões de carbono em cadeias produtivas que utilizam biomassa, biocombustíveis e matérias-primas circulares. Já o CORSIA, criado pela OACI, tem como objetivo estabilizar e reduzir as emissões da aviação internacional, permitindo o uso de combustíveis sustentáveis certificados, como o SAF, para compensar e reduzir a pegada de carbono do setor.
