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União Europeia anuncia doação de € 20 milhões ao Fundo Amazônia

Aporte anunciado na COP30 fortalece combate ao desmatamento, impulsiona bioeconomia e amplia alcance de projetos sociais e ambientais na região amazônica

União Europeia anuncia doação de € 20 milhões ao Fundo Amazônia (Foto: Rúbio Marra/BNDES)

247 - O Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), recebeu nesta quinta-feira (13), em Belém, uma doação de € 20 milhões (cerca de R$ 124 milhões) da União Europeia. A informação foi divulgada durante evento na COP30 e tem como fonte a comunicação oficial do BNDES e do MMA.

A cerimônia contou com a presença da ministra Marina Silva, da diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, e da chefe da Delegação da União Europeia no Brasil, embaixadora Marian Schuegraf. Elas celebraram a formalização do aporte, que marca o início dos desembolsos europeus previstos para ocorrer ao longo dos próximos quatro anos. A nova contribuição reforça a importância da cooperação internacional para financiar estratégias de proteção ambiental e desenvolvimento sustentável na Amazônia.

Considerado um dos principais mecanismos globais de combate ao desmatamento, o Fundo Amazônia ganha novo impulso com o recurso europeu, que permitirá ampliar projetos de proteção florestal, fortalecimento de comunidades tradicionais e promoção da bioeconomia. A agenda, segundo o BNDES, também reforça a capacidade do país de oferecer soluções climáticas inovadoras com impacto social e ambiental.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, afirmou que a contribuição simboliza a confiança internacional no modelo de gestão do Fundo. “O mundo reconhece que o Brasil voltou a liderar a agenda climática”, declarou. Ele destacou ainda que “a União Europeia deposita sua confiança no modelo do Fundo Amazônia, na gestão do BNDES e nas políticas ambientais conduzidas pelo governo brasileiro”, ressaltando que a parceria fortalece ações de combate ao desmatamento, restauração florestal e preservação da sociobiodiversidade.

A ministra Marina Silva afirmou que os resultados recentes alcançados pelo Brasil foram determinantes para viabilizar novas doações. “Os recursos destinados ao fundo por países parceiros são viabilizados pelos bons resultados no combate ao desmatamento na Amazônia alcançados pelo governo do presidente Lula: nos últimos três anos, foram 50% de redução”, destacou. Para ela, o ciclo virtuoso permite ampliar ações que “beneficiam povos indígenas e comunidades tradicionais que mantêm a floresta em pé, impulsionam a pesquisa científica, estimulam a bioeconomia e garantem segurança alimentar”.

Após a cerimônia, Marina reiterou aos jornalistas que “a redução de 50% do desmatamento já se traduz em novos recursos para o país”. A ministra acrescentou que avanços no controle das emissões e da devastação ampliam a capacidade de captação internacional. “Quanto menor a emissão de CO₂ e quanto mais o Brasil avança no combate ao desmatamento, maior é a capacidade de captar investimentos”, afirmou.

A ministra ressaltou que os benefícios chegam diretamente a quem vive na floresta. “Eles chegam às comunidades locais, aos povos indígenas, aos ribeirinhos, pescadores e quilombolas, que são beneficiários diretos das ações apoiadas”, disse. Marina acrescentou que os investimentos fortalecem a bioeconomia, a bioindústria e outras atividades sustentáveis em todo o território amazônico.

A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, avaliou que a nova contribuição reforça a confiança na governança do Fundo Amazônia. “A nova contribuição ao Fundo Amazônia reforça a confiança na governança transparente que construímos, reunindo os nove estados da Amazônia, a sociedade civil e o Governo Federal”, afirmou. Ela destacou ainda que, desde a retomada do mecanismo, o país vive um “ciclo histórico de resultados”. “Ao longo de toda a sua história, foram aprovados R$ 4,8 bilhões. No mandato atual, já alcançamos R$ 3,6 bilhões em aprovações, evidência de que o país voltou a atuar em escala e com impacto real no território”.

Segundo Campello, o Fundo Amazônia já alcança mais de 600 comunidades e beneficia mais de 75% dos municípios da região, apoiando iniciativas de combate ao desmatamento, geração de emprego e renda e estímulo a projetos sustentáveis. Ela ressaltou que o Brasil enfrenta não apenas a tarefa de preservar, mas também de recuperar áreas degradadas. “Não basta manter a floresta em pé, queremos recuperar as áreas mais degradadas e transformar essa ambição em resultados concretos. É um orgulho poder contar com esses recursos para continuar cumprindo essa missão”, concluiu.