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A culpa é do morto? Quem são os mortos do Rural?

Duas histórias sobre Sabino Rabello e José Augusto Dumont, que faleceu num acidente de carro e a quem foi atribuída a decisão de fazer os empréstimos ao PT

A culpa é do morto? Quem são os mortos do Rural? (Foto: Divulgação)
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Leonardo Attuch _247 – No terceiro dia dedicado à defesa, no julgamento da Ação Penal 470, foram lembrados os nomes de dois personagens importantes: Sabino Rabello, fundador do banco, e José Augusto Dumont, o ex-presidente que negociou os empréstimos com o PT e as empresas de Marcos Valério e, depois, faleceu num acidente de carro, em 2004. Hoje, respondem pelo chamado “núcleo financeiro” da quadrilha nomes como Kátia Rabello, ex-bailarina que assumiu o banco, José Roberto Salgado, Vinícius Sammarane e Ayana Tenório.

Todos pagam um preço por um traço do fundador, Sabino Rabello, que é a paixão pela política e a compreensão dessa atividade com um negócio quase privado. Em dezembro de 2003, quando tinha 83 anos, ele concedeu, a mim, a única entrevista de toda a sua vida. E afirmou que se tornou empresário, ainda jovem, quando criou uma construtora. Seu pai, Ajax Rabello, era um dos grandes amigos de Juscelino Kubitschek. E o trabalho das construtoras era quase uma atividade financeira: uma aposta de risco em alguns candidatos que, uma vez eleitos, retribuiriam os favores (leia aqui a entrevista com Sabino Rabello). A melhor democracia que o dinheiro pode comprar, como ensinam os americanos.

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O mundo mudou muito deste então? Nem tanto, mas Sabino falava com uma franqueza desconcertante.

Antes dele, também conheci José Augusto Dumont, um sujeito de raciocínio rápido e de uma inteligência brilhante. Corria o ano de 2000 e o escândalo ainda não havia ocorrido. Encontramo-nos num restaurante em Belo Horizonte, onde uma das primeiras perguntas que fiz dizia respeito ao fato de Rural ter sido o banco usado pelo ex-tesoureiro de Collor, Paulo Cesar Farias – sim, antes de emprestar para o PT, o banco mineiro também forneceu sua estrutura para PC. Perguntei se essa relação causava danos à imagem do banco. De um jeito matreiro, ele respondeu: “Marketing, sô”.

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De certa forma, com Sabino e Dumont, o Rural foi um banco que abriu as portas para a política, antes de se especializar e se tornar um dos mais fortes na concessão de empréstimos para médias empresas. Hoje, os executivos que estão no banco dos réus – e alguns, como lembrou Marcio Thomaz Bastos, chegaram à instituição após a concessão de empréstimos para o PT – pagam o preço dessa herança.

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