O que não é o que eu quero, o que eu acho que deve ser deve ser combatido e destruído.
Eu sou “do bem”, meu ex-semelhante, agora inimigo, “é do mal”.
Viramos “facções”, como os amotinados de Manaus e, às vezes, tão ferozes e criminosas quanto aquelas.
As ideias mais absurdas começam a parecer normais, porque estamos num estado de anormalidade.
Alguém mata um filho porque o ama? Uma mulher que ama porque esta o abandona? Ter a posse das pessoas é a condição do amor, como naqueles dramalhões do “ou minha ou de mais ninguém”?
A mãe da história de Salomão abria mão do próprio filho por amor, para que este não morresse pela espada do Rei.
Agora é a espada que simboliza o amor e a justiça?
Estamos salvando o nosso país destruindo suas empresas, os empregos, a produção?
Estamos salvando a democracia depondo eleitos e entregando o poder a quem por ele apenas conspirou?
Estamos querendo exterminar a “facção rival” e sermos donos de um presídio e não da liberdade?
O ódio e a intolerância são de direita porque impedem o progresso, a evolução humana, o convívio harmônico, porque o ódio e a intolerância só vencem pela destruição.
Devemos fazer um exercício diário de imunização a ele, porque é fácil contrair esta doença.
E passar a não ver que bem e mal não são compartimentos estanques e o que determina nossa humanidade é fazer um e conter o outro.
Para salvar o Brasil deste caos, é preciso entender que isso não se fará com uma seita fundamentalista.
Quem acredita nisso são os Moros e Dallagnóis.
Há um valor mais alto posto diante de nós: resgatar a democracia e a perspectivas de sermos um país independente, não uma nação que rasteja diante do mundo rico, oferecendo-se e oferecendo o trabalho de seus filhos a preço vil.
Se não soubermos nos unir, se também quisermos praticar ódios e intolerâncias seremos cúmplices da chacina do Brasil.