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“A masculinidade no Brasil está podre, adoecida”, diz professora Valeska Zanello

Pesquisadora da UnB que debate machismo e gênero afirma que, para combater o estupro e o feminicídio, do ponto de vista da saúde pública, é necessário encarar a masculinidade violenta e fazer com que os homens deixem de ser cúmplices da misoginia. Assista na TV 247

Valeska Zanello (Foto: Reprodução | Fernando Frazão/Agência Brasil)
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247 - É preciso debater a masculinidade na sociedade para compreender e combater comportamentos sexistas e violentos dos homens, defende a professora Valeska Zanello, do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília (UnB), entrevistada no Giro das 11, na TV 247. Para ela, “a masculinidade no Brasil está podre, adoecida”, e precisa ser “colocada na berlinda”.

Na conversa com o jornalista Mauro Lopes, ela fala sobre a responsabilidade dos homens no combate ao machismo, as características que culturalmente definem o que é ser homem e mulher na sociedade e a essência do conteúdo de grupos masculinos de WhatsApp - principalmente o ódio às mulheres -, de acordo com uma pesquisa acadêmica coordenada por ela.

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Em sua avaliação, há uma ligação entre esses grupos fechados de conversas masculinas – que ela chama de “Casa dos Homens” – à ascensão de Jair Bolsonaro ao poder. “Bolsonaro é a encarnação dessa masculinidade adoecida e infelizmente encontra representatividade em grande parte da sociedade”, diz.

Dentro desses grupos, existe uma condescendência coletiva sobre o comportamento machista e misógino e quem não participa desse tipo de agressão, é visto como “brocha” ou “viado”. O bullying é constante contra quem não passa a imagem de “pegador” de mulheres. “Os homens não podem apenas não repassar os memes e piadas violentas, eles precisam reagir a isso, senão serão cúmplices. Precisamos dos homens lutando contra o sexismo”, ressalta.

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Autora do livro Saúde Mental, Gênero e Dispositivos: Cultura e Processos de Subjetivação, Valeska também faz um debate importante sobre a forma como as mulheres se validam a partir da aprovação masculina, o que ela chama de “dispositivo amoroso”. “No fim, os homens são quem avaliam as mulheres e quem avaliam também eles próprios”, explica. A consequência é a permanência de muitas mulheres em relacionamentos abusivos. “Temos que entender por que as mulheres se mantêm em relações violentas”.

“A masculinidade no Brasil está podre, adoecida. Precisamos colocar na berlinda. Eu acredito que colocar as masculinidades e ter projeto de prevenção principalmente na escola tem que ser uma coisa prioritária se quisermos ter um país melhor daqui a alguns anos e especialmente democrático”, avalia.

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