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Brasil

Abin monitorou ilegalmente 30 mil pessoas contrárias a Bolsonaro, diz diretor-geral da PF

Andrei Rodrigues ainda revelou que dados de brasileiros espionados pela Abin estavam armazenados em Israel

Andrei Passos Rodrigues (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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BRASÍLIA (Reuters) - A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitorou ilegalmente 30 mil pessoas que seriam contrárias ao governo durante a gestão do então presidente Jair Bolsonaro, disse o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira.

Segundo Rodrigues, as investigações realizadas pela PF sobre o caso descobriram que dados monitorados estavam armazenados em Israel em uma nuvem -- forma remota de armazenamento de dados. "A investigação tem apurado que de fato houve o monitoramento de muitas pessoas -- estima-se em 30 mil pessoas -- clandestinamente, ou seja, de maneira ilegal", afirmou.

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"Fizemos já prisões, buscas e apreensões e há análise de todo esse material sendo feito, inclusive, recuperamos dados de nuvem, e aqui veja a gravidade, esses dados de monitoramento dos cidadãos brasileiros estavam sendo armazenados em nuvens em Israel, porque a empresa responsável por essa ferramenta ela é israelense", reforçou.

O diretor-geral disse que a situação é inaceitável e que se espera, com a investigação, apontar os responsáveis pelos monitoramentos para responderem perante a Justiça.

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Rodrigues se refere à operação deflagrada em outubro passado pela PF que apura um suposto uso ilegal de um software de geolocalização pela Abin durante o governo Bolsonaro, em que culminou com a prisão preventiva de dois servidores e 25 ações de busca e apreensão. Na ocasião, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foram afastados dos seus cargos cinco servidores da agência.

O diretor-geral da PF considerou que o uso indevido dessa ferramenta de monitoramento de pessoas é de "extrema gravidade". "Estamos aqui falando de fragilidade do sistema de comunicação do país a partir do uso ilegal de uma ferramenta que, em nenhuma hipótese, poderia estar sendo usado por uma agência que não tem atribuição legal", afirmou.

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"Monitoramento de comunicações ou de telefone só pode ser feito em investigação criminal e autorizada pela autoridade judiciária, o que não foi o caso", acrescentou.

Procurada pela Reuters, a Abin não respondeu de imediato a pedido de comentário.

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