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Brasil

Amazônia: Bolsonaro ameaça intervenção no INPE e vai mudar medição do desmatamento

Jair Bolsonaro ameaçou nesta quinta-feira demitir o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Ricardo Galvão; governo vai alterar o sistema que mede o desmatamento na Amazônia, abrindo brecha para falsificações; INPE detectou aumento de 88% no desmatamento na Amazônia em junho comparado ao mesmo mês no ano passado, o que irritou Bolsonaro

(Foto: Reuters | INPE)
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247 - Jair Bolsonaro segue com sua agenda truculenta e ameaçou nesta quinta-feira (2), durante coletiva de imprensa, demitir o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Ricardo Galvão, que contradiz o governo e denuncia ao mundo que o desmatamento na região segue em ritmo desenfreado. 

O INPE detectou aumento de 88% no desmatamento na Amazônia em junho comparado ao mesmo mês no ano passado e de 40% no acumulado dos últimos doze meses (até 31 de julho)

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"Se quebrar confiança vai ser demitido sumariamente, não tem desculpa para nenhum subordinado ao governo divulgar dado com esse peso de importância para o nosso Brasil. A questão de perder a confiança, no meu entender é uma pena capital. Nem na vida particular convivemos com pessoas que perdemos confiança. Temos muita responsabilidade em identificar se houve má fé ou não", disse Bolsonaro, como informou o jornal Estado de S.Paulo.

Além de querer demitir o presidente do órgão, o governo insiste em dizer que os números dos desmatamento apresentados pelo INPE são falsos e sinaliza que irá alterar o sistema que mede o desmatamento na Amazônia, sem explicar qual critério será utilizado.

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O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, apenas sinalizou que irá contratar  uma empresa, "porque o Brasil requer um sistema de controle melhor”. Os altos funcionários do INPE foram a Brasília na quarta-feira para explicar a metodologia usada a Salles e seu colega da Ciência, o astronauta Marcos Pontes.

Apesar do dizer que os dados são falsos, Bolsonaro admite que o desmatamento no Brasil aumentou:  “Parece que está aumentando, mas não dessa maneira como foi divulgada”.

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Como funciona o método de medição do INPE

Em artigo publicado no portal El País, a jornalista Naiara Glarrara afirma que, para calcular o desmatamento na Amazônia e no resto das áreas com valor ecológico do Brasil, dois sistemas de medição são sobrepostos.

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 Um dos alertas, que é mensal, leva cinco dias para fotografar um local, serve para enviar inspetores ou policiais a campo e se chama Deter. É esse que está deixando Bolsonaro sobressaltado. O outro é o que oferece o balanço oficial anual a partir de imagens de maior resolução — leva 16 dias para tirar cada foto —, que também serve para que as instituições internacionais façam seus cálculos sobre o aquecimento global; seu nome é Prodes. Porque com menos árvores para converter as emissões de CO2 em ar limpo, a humanidade tem de fazer maiores esforços se quiser limitar o aumento das temperaturas.

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