Após queda da Magnitsky, Flavio Bolsonaro cobra votação da anistia
Segundo o senador bolsonarista, Trump fez "gesto gigantesco" pela anistia. Lula celebra decisão como vitória da democracia no Brasil
247 - Após a decisão dos Estados Unidos de retirar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes da lista de sanções da Lei Magnitsky, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) defendeu publicamente a votação do projeto de lei da anistia no Senado. A repercussão política ganhou força nesta sexta-feira (12), com manifestações do parlamentar e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em publicação nas redes sociais, Flávio Bolsonaro atribuiu a Donald Trump um papel central no episódio e afirmou que a medida representa um sinal favorável à anistia no Brasil. Segundo o senador, a retirada das sanções seria um “primeiro passo” para encerrar o que classificou como excessos praticados pelo ministro Alexandre de Moraes e para normalizar as relações entre Brasil e Estados Unidos. “Presidente @realDonaldTrump faz um gesto gigantesco pela ANISTIA no Brasil!”, escreveu. Ele acrescentou: “Vamos votar o projeto de lei da anistia semana que vem no Senado e, em sendo aprovada, não tenho dúvidas de que os EUA retirarão totalmente as sobretaxas dos produtos brasileiros exportados para lá. A bola está com a gente!”.
No mesmo dia, o presidente Lula comentou publicamente a decisão norte-americana e celebrou o fim das sanções como uma vitória institucional. Durante o lançamento do SBT News, o chefe do Executivo afirmou que a retirada do nome de Moraes da lista representa um reconhecimento da soberania brasileira. “Não é possível admitir que o presidente de outro país possa punir, com as leis dele, a autoridade de outros países que estão exercendo a democracia. Portanto, a sua vitória, Alexandre, é a vitória da democracia brasileira”, declarou.
Lula também fez referência ao fato de a decisão ter sido anunciada na véspera do aniversário do ministro do STF, classificando-a como um “presente”. “O ministro Alexandre de Moraes faz aniversário amanhã, e o presidente Trump lhe deu de presente o reconhecimento de que não era justo que um presidente de outro país punisse um ministro da Suprema Corte brasileira por estar cumprindo a Constituição”, afirmou.
O presidente brasileiro revelou ainda detalhes de uma conversa telefônica com Donald Trump realizada na semana anterior. Segundo Lula, o norte-americano questionou se a retirada das sanções seria positiva para ele pessoalmente. “Ele me perguntou: ‘É bom para você?’ Eu respondi: ‘Não é bom para mim, é bom para o Brasil e para a democracia brasileira. Você não está tratando de amigo para amigo, mas de nação para nação. A Suprema Corte, para nós, é muito importante’”, relatou.
As sanções haviam sido impostas em julho deste ano, quando o governo dos Estados Unidos acusou Alexandre de Moraes de promover uma “caça às bruxas”, praticar censura e violar direitos humanos. Com a decisão anunciada nesta sexta-feira (12), Washington retirou não apenas o ministro da lista da Lei Magnitsky, mas também o nome de sua esposa, Viviane Barci de Moraes, encerrando oficialmente o episódio diplomático que gerou forte repercussão no Brasil e no exterior.
