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Brasil

Associação Brasileira de Ciência Política diz 'não' ao distritão

Em carta ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), a Associação Brasileira de Ciência Política diz que o modelo discutido pela comissão da reforma política representa um "retrocesso" ao País; "O documento tem assinatura de 180 cientistas políticos das principais universidades do País. "Com o fim do voto de legenda e da transferência de votos dentro das agremiações partidárias, os candidatos correrão por conta própria, a título individual, enfraquecendo os partidos políticos e em nada contribuindo para minorar o personalismo na corrida eleitoral. Além disso, diferentemente do atual modelo, milhões de votos serão jogados fora, visto que somente serão válidos os votos dos eleitos", diz o texto

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante cerimônia em Brasília 07/06/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: Aquiles Lins)
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247 - A Associação Brasileira de Ciência Política deve entregar nesta segunda-feira, 21, ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), manifesto em que coloca contrária ao modelo eleitoral que ficou conhecido como "distritão", pelo qual são eleitos os mais votados nas eleições para deputados e vereadores. 

O documento tem assinatura de 180 cientistas políticos das principais universidades do País. "Com o fim do voto de legenda e da transferência de votos dentro das agremiações partidárias, os candidatos correrão por conta própria, a título individual, enfraquecendo os partidos políticos e em nada contribuindo para minorar o personalismo na corrida eleitoral. Além disso, diferentemente do atual modelo, milhões de votos serão jogados fora, visto que somente serão válidos os votos dos eleitos", diz o texto.

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Leia, abaixo, a íntegra do manifesto.

Ao Excelentíssimo Senhor Rodrigo Maia (DEM-RJ), Presidente da Câmara dos Deputados (Brasília, DF):

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Nós, estudiosos da ciência política brasileira, vimos por meio desta manifestar posição contrária à adoção do modelo de sistema eleitoral denominado "distritão", que se encontra mais uma vez em discussão nesta Casa.

A introdução do distritão nas eleições para a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores representará um verdadeiro retrocesso institucional. Com o fim do voto de legenda e da transferência de votos dentro das agremiações partidárias, os candidatos correrão por conta própria, a título individual, enfraquecendo os partidos políticos e em nada contribuindo para minorar o personalismo na corrida eleitoral. Além disso, diferentemente do atual modelo, milhões de votos serão jogados fora, visto que somente serão válidos os votos dos eleitos.

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Mesmo com as novas regras que regulamentam o financiamento de campanhas, há indícios de que o distritão acarretará o aumento dos custos das campanhas eleitorais, pois, sem incentivo algum para a cooperação dentro dos partidos, os candidatos necessitarão de maior exposição individual. Ademais, facilitará o renascimento de oligarquias regionais e contribuirá para a diminuição da qualidade da representação política, ao proporcionar maiores condições de vitória a concorrentes sem experiência parlamentar.

Se a necessidade de uma reforma política surge do diagnóstico de que os partidos são frágeis, a adoção do distritão parece ter como objetivo fragilizá-los ainda mais, interessando a certos segmentos da classe política profissional, em particular àqueles com maior facilidade para dispor de vultosos recursos para suas campanhas. Nesse sentido, observamos com preocupação a possibilidade de sua implantação e reiteramos nossa posição contrária à sua propositura.

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Associação Brasileira de Ciência Política

Leia aqui os signatários do documento. 

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