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Aury Lopes Jr: 'Que medo vocês tem da voz de Lula'

"Uma parcela da humanidade foi desumana. A pequenez existencial de quem vociferava contra a autorização judicial, especialmente daqueles que alegavam que ele faria 'discurso político', hoje é ainda maior. Meu Deus, que medo vocês tem da voz deste homem", enfatizou o jurista Aury Lopes Jr

Aury Lopes Jr: 'Que medo vocês tem da voz de Lula' (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O jurista Aury Lopes, um dos mais renomados processualistas penais do país e autor de diversas obras, repeliu o que chamou de "pequenez existencial" daqueles que se colocavam contra o direito do ex-presidente Lula de acompanhar o sepultamento de seu irmão, Vavá, e agora de seu neto, Arthur, de apenas 7 anos. 

"Uma parcela da humanidade foi desumana. A pequenez existencial de quem vociferava contra a autorização judicial, especialmente daqueles que alegavam que ele faria 'discurso político', hoje é ainda maior. Meu Deus, que medo vocês tem da voz deste homem", enfatizou o jurista em sua página nas redes sociais.

Em 29 de janeiro, Lula perdeu o seu irmão mais velho, o Vavá, e após uma demora anormal e um jogo de cena, ele teve seu pedido de saída negado pela Vara de Curitiba. A defesa do ex-presidente recorreu ao Supremo Tribunal Federal, mas a autorização saiu quando o enterro já estava em andamento e impondo diversas condições. 

Infelizmente, Lula se viu diante de uma nova tragédia familiar. Seu neto faleceu na sexta (1), vítima de meningite. Após a vergonhosa decisão no caso do irmão Vavá, que evidenciou o tratamento de exceção dado ao ex-presidente, a Justiça de Curitiba foi obrigada a respeitar a lei e autorizar a saída do ex-presidente.

Aury disse que, como qualquer avô, Lula "chorou, sofreu" e "destruído pela morte de um neto", voltou para cadeia. Para ele, o ex-presidente fez o seu discurso "em silêncio, pedindo a Deus que receba com carinho seu neto amado".

"Deve ter pedido para Dona Marisa receber o neto enquanto a sua hora não chega. Talvez tenha reclamado ferozmente pela inversão da ordem. Eu o faria. E deve ter feito aquele questionamento doido: por que não eu, no lugar dele?", escreveu.

Sem citar nomes, o jurista criticou aqueles que, como o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, defenderam que a Justiça não deveria autorizar a saída de Lula. Segundo Aury, dizer que se deve assegurar o direito de qualquer avô preso enterrar seu neto é "dar resposta óbvia a pergunta medíocre".

E finaliza: "Gostaria de pedir um pouco de reflexão, para essas pessoas, que muitas vezes falam em nome de Deus, mas são tomadas de ódio. Que confundem diferenças políticas com absoluta falta de sensibilidade e humanidade. A propósito, pelo menos hoje me poupem de comentários de ódio. Só hoje".

Assista a entrevista que o jurista Aury Lopes Jr concedeu à TV 247 sobre o tema: