Boaventura: o meu desejo e a minha luta é que as esquerdas se unam
Em entrevista ao Brasil de Fato, o sociólogo português Boaventura Sousa Santos aponta as alternativas para a esquerda e analisa ascensão da extrema direita no mundo; "O meu grande desejo e toda a minha luta é que as esquerdas se unam e aprendam com as lições do passado e não se unam quando já é tarde demais. As esquerdas europeias uniram-se nos anos 30, nas frentes populares. Mas nessa altura, o Hitler já estava no poder", enfatizou
247 - Em entrevista ao Brasil de Fato, o professor, sociólogo e pensador português Boaventura Sousa Santos, falou sobre a conjuntura política no Brasil e as perspectivas no cenário internacional.
Segundo ele, a eleição de Jair Bolsonaro é a expressão do avanço do conservadorismo no mundo. "Estamos a enfrentar nesse momento que há um circo reacionário de forças ultraconservadoras no mundo que estão a tentar dominar o espaço político, de alguma maneira a destruir (por via democrática, temos que admitir) a democracia, usando mecanismos, que por via da manipulação da opinião pública, ou manipulação massiva e usando redes sociais, consegue distorcer a opinião pública, criar um clima viável e prometer que, indivíduos, que são do sistema, se apresentem como anti-sistema para salvar seu país", avaliou.
Boaventura destaca ainda que esse movimento se configurou também na eleição de Emmanuel Macron, na França, e de Donald Trump, nos Estados Unidos. "Se apresentam sempre como soluções falsamente antissistêmicas e que procuram sobretudo polarizar a sociedade de uma maneira anti-democrática. Ou seja, transformam adversários políticos em inimigos. Com adversários a gente discute, os inimigos a gente destrói, elimina. E é exatamente essa política do ódio, política do sentimento", apontou.
Para ele, no entanto, "não faltam alternativos no mundo, o que falta, de fato, é um pensamento alternativo das alternativas".
"O meu grande desejo e toda a minha luta é que as esquerdas se unam e aprendam com as lições do passado e não se unam quando já é tarde demais. As esquerdas europeias uniram-se nos anos 30, nas frentes populares. Mas nessa altura, o Hitler já estava no poder", enfatizou.
Confira a íntegra da entrevista no Brasil de Fato.
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