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Brasil

Bolsonarismo em crise: Mourão contesta Paulo Guedes e volta da CPMF

Com Bolsonaro hospitalizado, abriu-se a primeira grande crise na campanha; nesta manhã, o vice Hamilton Mourão contestou a proposta do economista Paulo Guedes de trazer de volta a CPMF, o imposto do cheque; “Eu sou a favor da redução de impostos como forma de dar uma alavancada. Agora, o Paulo Guedes está fazendo os estudos dele e a última instância é o Bolsonaro, o Bolsonaro que vai decidir”, disse Mourão; do hospital, Bolsonaro disparou um twitter que aparentemente desautoriza Guedes, o que enterraria o discurso do "Posto Ipiranga" em assuntos econômicos 

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247 – Com o presidenciável Jair Bolsonaro hospitalizado, seus principais assessores começaram a bater cabeça; nesta manhã, o vice Hamilton Mourão contestou a proposta do economista Paulo Guedes de trazer de volta a CPMF, o imposto do cheque. “Eu sou a favor da redução de impostos como forma de dar uma alavancada. Agora, o Paulo Guedes está fazendo os estudos dele e a última instância é o Bolsonaro, o Bolsonaro que vai decidir”, disse Mourão.

Num twitter postado às 7h23 do hospital, Albert Einstein, onde está internado, Bolsonaro aparentemente desautorizou Guedes. Sem fazer menção direta ao embate, o candidato escreveu, sem mencionar diretamente o economista-chefe da campanha: "Chega de impostos é o nosso lema!" Se Bolsonaro de fato desautorizou Paulo Guedes, cai por terra a garantia que ele vinha dando ao mercado financeiro de que ele seria seu "Posto Ipiranga", a fonte inamovível nos temas econômicos. Isso deve criar uma zona de instabilidade nas relações do candidato de extrema direita com as elites, pois o fantasma do "duce" volta a assombrar o poder econômico. 

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Além da CPMF, Guedes propôs uma alíquota única de Imposto de Renda, fixada em 20% – o que faria com que os mais pobres pagassem mais impostos e os mais ricos pagassem menos.

Abaixo, reportagem da Reuters:

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BRASÍLIA (Reuters) - O candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva do Exército Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta quarta-feira à Reuters ser contra a proposta de recriar um imposto sobre movimentação financeira nos moldes da CPMF e destacou que caberá ao presidenciável decidir sobre a adoção do novo tributo.

Essa sugestão foi proposta pelo principal assessor econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, de acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira.

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“Eu sou a favor da redução de impostos como forma de dar uma alavancada. Agora, o Paulo Guedes está fazendo os estudos dele e a última instância é o Bolsonaro, o Bolsonaro que vai decidir”, disse Mourão, para quem é preciso avaliar se o país vai “arcar com um ônus maior” a título de carga tributária ou buscar outra saída que preveja queda de impostos para a população.

“Exatamente (sou contra), a não ser aquela história: quando se divulga uma proposta você apresenta os prós e contras dela e isso tem um peso que leva o decisor, no caso o Bolsonaro, optar pela linha de ação ou não”, explicou.

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Em mensagem publicada no Twitter mais cedo nesta manhã, Bolsonaro afirmou que sua equipe econômica trabalha para reduzir a carga tributária. O candidato não citou as declarações de Paulo Guedes.

“Nossa equipe econômica trabalha para redução de carga tributária, desburocratização e desregulamentações. Chega de impostos é o nosso lema! Somos e faremos diferente. Esse é o Brasil que queremos!”, disse Bolsonaro na publicação.

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Bolsonaro, que está hospitalizado desde o dia 6 de setembro após levar uma facada durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG), lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição de outubro. O candidato tem utilizado as redes sociais para fazer campanha enquanto internado.

O candidato a vice disse que deve almoçar neste fim de semana com Guedes para discutir propostas de governo.

Em entrevista à Reuters no fim de maio, Guedes já havia se manifestado a favor da criação de um tributo único, com custo de fiscalização menor ao que seria associado à adoção de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Na ocasião, ao ser questionado se o mecanismo funcionaria como uma CPMF, Guedes disse que essa seria “uma pista”.

PAPEL NA CAMPANHA

Mourão afirmou ter sido convidado para uma reunião, ocorrida na terça-feira em São Paulo, com integrantes da cúpula do PSL, mas não compareceu porque tinha agenda de campanha a cumprir no interior do Estado. Disse ter sido representado no encontro pelo também general da reserva do Exército Augusto Heleno, que tem participado da formulação de propostas para a campanha.

O candidato a vice afirmou que a deliberação do encontro, que lhe foi repassada, é de que ele não vai participar de debates da campanha representando Bolsonaro.

“Meu papel é manter aqui o trabalho que estou fazendo, com calma, discrição e não vou participar de debate”, disse.

Aliados de Bolsonaro têm demonstrado desconforto com declarações polêmicas feitas por Mourão, como a de que seria possível fazer uma revisão constitucional por um grupo de notáveis e que não seja eleito pelo população e a de que, em áreas carentes, a criação por mãe e avó pode levar a uma fábrica de desajustados que tendem a ingressar em quadrilhas ligadas ao tráfico de drogas.

Questionado se foi repassado a ele alguma determinação do encontro para não se pronunciar, o candidato a vice afirmou que “não chegou nada”, por isso não pode falar sobre o assunto.

“O que ocorre é uma coisa muito simples. Tem alguns eventos que já tinham sido marcados bem antes de eu ser candidato, são eventos fechados só que a imprensa agora tem comparecido. São as mesmas ideias que eu já venho expondo há mais de dois anos, só que agora elas ganharam uma outra dimensão. Apenas isso”, disse.

“Minhas ideias já estão muito bem expostas, muito bem difundidas, as pessoas já tomaram conhecimento delas e depois que as palavras saem da boca não podem voltar, né?”, completou ele, ao ser perguntado se avalia se policiar nas declarações.

O candidato a vice afirmou que as propostas da campanha de Bolsonaro estão bem difundidas e têm por objetivo colocar o país em um caminho correto. Disse ainda que na reta final do primeiro turno de campanha a intenção não é ficar batendo boca com outros candidatos.

“Não vamos baixar o nível do confronto, o confronto tem que ser em torno de ideias, de propostas e o eleitor define aquela que julgar mais adequada”, disse.

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