"Bolsonaro deveria honrar as promessas de campanha", diz Moro
Ex-ministro Sérgio Moro afirmou que Jair Bolsonaro abandonou a agenda anticorrupção, uma de suas bandeiras de campanha. "Não tenho visto o governo apoiar ou trabalhar por essas medidas", afirmou. O ex-juiz também indicou não ter responsabilidade sobre os dossiês contra antifascistas do governo
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247 - O ex-ministro Sérgio Moro afirmou que Jair Bolsonaro abandonou a agenda de combate à corrupção e que ele “deveria honrar as promessas de campanha”. “Ele deveria honrar as promessas de campanha, seria o correto a ser feito. Para isso, ele deveria, por exemplo, retomar a agenda anticorrupção”, disse Moro em entrevista ao jornal Correio Braziliense.
Segundo ele, “é fundamental, por exemplo, retomar o projeto da execução após condenação em segunda instância. Não tenho visto o governo apoiar ou trabalhar por essas medidas”. Na entrevista, Moro – cuja atuação como juiz na Lava Jato é alvo de duras críticas feitas por especialistas pela forma como conduziu os processos sob sua responsabilidade – reconheceu que a operação “tem sofrido reveses” e que a sua continuidade está “ameaçada”.
Segundo ele, a saída do procurador Deltan Dallagnol da coordenação da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba aponta para isso. “A questão familiar deve ter sido central. Mas acredito que as dificuldades de trabalho da força-tarefa e os vários procedimentos injustos abertos contra ele no CNMP tornaram sua permanência cada vez mais penosa”, disse.
Moro indicou não ter responsabilidade sobre a produção de dossiês pelo Ministério da Justiça que está em julgamento no STF, apesar de a secretaria responsável pela elaboração dos documentos na pasta ter sido criada no dia em que ele pediu demissão. “É preocupante que o Ministério da Justiça esteja associado à produção de um levantamento com parâmetros que soaram político-ideológicos. Mas não tenho detalhes e não acompanhei o caso a fundo para tecer comentário a respeito”, assegurou.
Na entrevista, o ex-juiz – que vem tendo algumas de suas decisões revistas pelas instâncias superiores – defendeu a visão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin que visa alterar o princípio jurídico indubio pro reu (na dúvida, a favor do réu).
Segundo ele, a regra deve ser restrita apenas para os casos de Habeas Corpus, já que trata de restrição à liberdade de locomoção. A alteração afetaria o julgamento da suspeição de Sérgio Moro nos processos movidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Concordo totalmente com o ministro Fachin. Nesses casos, penso que seria preciso esperar ter o quórum completo para terminar o julgamento”, afirmou Moro.
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