Bolsonaro e o diesel: o barulho foi pior que o silêncio
"Faça um exercício de alteridade e ponha-se no lugar dos caminhoneiros que, durante o fim de semana, achavam que tinham o ex-capitão como protetor. Devem estar felizes, não é? Afinal, foi quem prometeu, durante a campanha, acabar com os reajustes cavalares da era Temer", avalia o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, sobre o reajuste entre 4,6% e 5% no preço do diesel
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Por Fernando Brito, do Tijolaço - A Petrobras acaba de anunciar um aumento no preço do diesel nas refinarias: entre 4,6% e 5%, dependendo do ponto de entrega.
É quase o mesmo reajuste que, por telefone, Jair Bolsonaro “vetou” na quinta feira, que elevava os preços em 5,7%.
Em dinheiro, apenas um centavo e meio a menos do que seria.
A intervenção, recorde-se, abalou os mercados financeiros e deu, pela perda de valor das ações da empresa, um prejuízo imenso a seus acionistas – o governo, o maior deles.
Como nos versos de Ascenso Ferreira: Riscando os cavalos!/Tinindo as esporas!/Través das coxilhas!/Sai de meus pagos em louca arrancada!/— Para quê?/— Pra nada!.
Agora, faça um exercício de alteridade e ponha-se no lugar dos caminhoneiros que, durante o fim de semana, achavam que tinham o ex-capitão como protetor.
Devem estar felizes, não é?
Afinal, foi quem prometeu, durante a campanha, acabar com os reajustes cavalares da era Temer.
O que Bolsonaro fez com o combustível foi jogá-lo na insatisfação de uma categoria que, há anos, vem sendo açulada contra o governo e levada a perder os limites em suas mobilizações de protesto.
O que vem agora é uma loteria. É possível que alguns “trouxas de mercado” ganhem dinheiro com a lenda de que a Petrobras goza de liberdade de fixação de preços.
Até que se detone a crise inevitável, é possível.
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