‘Bolsonaro não usou as Forças Armadas, foi usado por elas’, diz Luiz Carlos Villalta
Em entrevista à TV 247, o pesquisador da Universidade Estadual do Maranhão afirmou que Bolsonaro não conseguiu controlar as Forças Armadas, que buscam manter sua supremacia
247 - O Brasil enfrenta um período de turbulência política e social, com eventos surpreendentes ocorrendo em rápida sucessão. O cenário atual foi analisado pelo pesquisador sênior da Universidade Estadual do Maranhão Luiz Carlos Villalta, em entrevista à TV 247. Villalta refletiu sobre o papel das Forças Armadas e criticou o estado atual da democracia brasileira.
"O Brasil não é um lugar para iniciantes. E hoje mesmo, ocorreram eventos surpreendentes", afirmou, mencionando a CPI do MST e a denúncia do hacker Walter Delgatti contra a deputada Carla Zambelli como exemplos dos acontecimentos em andamento.
Villalta ressaltou a importância das declarações que "incriminam representantes das Forças Armadas". "Temos aqui uma situação em que as Forças Armadas não abrem mão da preeminência". Ele também enfatizou que, embora algumas figuras possam ter se oposto a golpes passados devido a pressões internacionais, a supremacia militar continua sendo defendida. "Como será possível administrar uma república com essa configuração?", questionou.
O pesquisador criticou a interferência das Forças Armadas em outras esferas do governo e a ocupação de cargos por oficiais superiores. Ele apontou para ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante o governo Temer, que influenciaram até mesmo tragédias como a morte de Marielle. O pesquisador ressaltou que essas ações "são de extrema gravidade" e destacou as tensões entre o governo e as Forças Armadas.
No que diz respeito ao atual governo, Villalta declarou que Bolsonaro não conseguiu controlar as Forças Armadas, que buscam manter sua supremacia. "Os generais pensavam que conseguiriam domar esse cavalo, mas não tiveram sucesso", disse ele. Ele também sugeriu reformas na formação militar para romper com a mentalidade anticomunista e garantir um papel constitucional mais sólido. Assista à entrevista:
