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Bolsonaro provoca indignação global ao acusar sem provas ONGs por incêndios na Amazônia

“Bolsonaro está projetando nos outros o que ele faria. Talvez ele seja uma pessoa capaz de um gesto de vingança dessa forma. É uma declaração doente e doente a gente não considera, a gente trata”, disse o coordenador de políticas públicas do Greenpeace, Marcio Astrini

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BRASÍLIA (Reuters) - A declaração do presidente Jair Bolsonaro, que culpou ONGs pelo aumento das queimadas na Amazônia este ano, causou espanto e indignação entre as organizações e também entre parlamentares.

“Bolsonaro está projetando nos outros o que ele faria. Talvez ele seja uma pessoa capaz de um gesto de vingança dessa forma. É uma declaração doente e doente a gente não considera, a gente trata”, disse o coordenador de políticas públicas do Greenpeace, Marcio Astrini.

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“Se fosse um grileiro de terra falando isso eu acharia lamentável. Como é o presidente da República dando uma declaração dessas, eu fico sem palavras para dizer, é uma coisa inaceitável”, completou.

Carlos Rittl, coordenador-executivo do Observatório do Clima, lembra que Bolsonaro foi eleito com um agenda que classifica de “antiambiental”.

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“E implementa agora uma agenda de ataque ao meio ambiente, com redução da fiscalização e tolerância jamais vista com quem desmata e queima florestas. A responsabilidade pela explosão do desmatamento e incêndios florestais, assim como pela destruição da imagem e reputação do país no exterior, é exclusivamente sua, de seu ministro de Meio Ambiente e de seu governo como um todo”, afirmou.

Na manhã desta quarta-feira, o presidente afirmou que ONGs podem estar por trás do aumento das queimadas por terem perdido recursos e estarem querendo atingi-lo. Bolsonaro admitiu, no entanto, que não tem provas dessas afirmações.

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“O crime existe. Isso temos que fazer o possível para que não aumente, mas nós tiramos dinheiro de ONGs, 40% ia para ONGs. Não tem mais. De modo que esse pessoal está sentindo a falta do dinheiro. Então pode, não estou afirmando, ter ação criminosa desses ongueiros para chamar atenção contra minha pessoa, contra o governo do Brasil”, afirmou o presidente. [nE6N22E04X]

Questionado sobre se tinha provas do que estava falando, Bolsonaro disse que “essas coisas não tem nada escrito”.

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Diego Casaes, do Instituto Avaaz, acusou o presidente de tentar distrair a sociedade da crise de desmatamento ilegal na Amazônia.

“Não podemos nos distrair enquanto o coração do Brasil está queimando. Por sorte vemos agora os próprios eleitores de Bolsonaro extremamente preocupados sobre a Amazônia. O presidente precisa parar de espalhar falsas acusações e começar a proteger a Amazônia”, disse em uma nota enviada à Reuters.

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Ex-ministros do Meio Ambiente estão entre os que reagiram à acusação feita por Bolsonaro. Carlos Minc, ministro durante o segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, classificou a fala do presidente de “inacreditável”.

“Não apresenta provas, só convicção. Nem plano anti-queimadas. Ele e (o ministro do Meio Ambiente Ricardo) Salles ligam motosserra, acendem pavio e apontam o dedo! Ecocidas!”, escreveu o ex-ministro em sua conta no Twitter.

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A ex-ministra Marina Silva, candidata à Presidência em 2010, 2014 e 2018, também usou as redes sociais para criticar o presidente.

“A Amazônia está em chamas. O Ministro do Meio Ambiente fala em fake news e sensacionalismo. O presidente diz que ONGs podem estar por trás disso. A falta de compromisso com a verdade é uma patologia crônica. Essa postura irresponsável só agrava a emergência ambiental no Brasil”, escreveu.

Coordenador da Frente Parlamentar do Meio Ambiente, o deputado Nilton Tato (PT-SP).

“O governo Bolsonaro mais uma vez faz uma declaração estapafúrdia para na verdade não deixar claro para a sociedade as políticas de desmonte na área ambiental que ele vem introduzindo”, disse.

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