Bolsonaro radicaliza discurso contra imprensa para blindar governo de suspeitas de corrupção
Eleito com um discurso demagógico de "tolerância zero" a irregularidades, Jair Bolsonaro, ao ser confrontado com a realidade de que estas se multiplicam em seu governo, radicaliza o discurso contra a imprensa para não perder eleitores polarizados por aquele discurso



247 - Reportagem de Gustavo Uribe e Talita Fernandes na Folha de S.Paulo destaca que Jair Bolsonaro voltou a radicalizar seu discurso público contra denúncias e críticas publicadas pela imprensa, na tentativa de blindar o governo e evitar desgaste de imagem com os casos de corrupção e as irregularidades em seu governo.
Para evitar aumento da rejeição, ele adotou uma estratégia que tem se tornado praxe na atual gestão.
Em momentos de críticas, o Palácio do Planalto eleva o tom na tentativa de enfraquecer o impacto de notícias negativas.
Com isso, Bolsonaro tenta também dar munição para que sua base eleitoral continue a defender seu governo.
Segundo auxiliares de Bolsonaro ouvidos pelo jornal, Bolsonaro tem medo de perder apoio na sua base eleitoral. A reportagem informa que as suspeitas de corrupção estão tendo repercussão negativa para Bolsonaro nas redes sociais e minando as bases do bolsonarismo.
Nos três episódios mais recentes de denúncias de corrupção envolvendo auxiliares próximos do Planalto, Bolsonaro radicalizou a retórica.
Primeiro, na semana seguinte à operação da Polícia Federal contra o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), por suspeita de desvios em obras públicas, Bolsonaro disse que não falaria mais com a imprensa.
Nesta semana, Bolsonaro disse que a Folha foi “às profundezas do esgoto”, porque o jornal informou que há indícios de que a campanha eleitoral do então candidato a presidente recebeu recursos via caixa 2 do esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais.
E na última terça-feira, na entrada do Palácio da Alvorada, Bolsonaro chamou a imprensa de "fétida". Na véspera, Bolsonaro afirmou que a cobertura jornalística não pode continuar com "covardia" e "patifaria".
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