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Bolsonaro veta inscrição do nome da psiquiatra Nise da Silveira no livro dos 'Heróis e Heroínas da Pátria

Veto foi justificado sob a alegação de que a homenagem não pode ser "inspirada por ideais dissonantes das projeções do Estado Democrático"

Nise da Silveira (Foto: Arquivo Nacional)

247 - Jair Bolsonaro vetou a inscrição do nome da psiquiatra Nise da Silveira no livro dos 'Heróis e Heroínas da Pátria'. A médica alagoana se tornou conhecida por provocar uma revolução no tratamento de transtornos mentais por meio do uso das artes e por pesquisar o uso de animais, como cães, nos procedimentos psiquiátricos e introduziu a Psicologia Junguiana no Brasil . A homenagem à médica foi aprovada pelo Senado no dia 27 de abril  e o veto foi publicado na edição do Diário Oficial da União (DOU)  desta quarta-feira (25).

No veto, Bolsonaro destacou que "não é possível avaliar a envergadura dos feitos da médica Nise Magalhães da Silveira e o impacto destes no desenvolvimento da Nação, a despeito de sua contribuição para a área da terapia ocupacional".

"Ademais, prioriza-se que personalidades da história do País sejam homenageadas em âmbito nacional, desde que a homenagem não seja inspirada por ideais dissonantes das projeções do Estado Democrático", completa o texto.

Nise da Silveira, única mulher a se formar em medicina em uma turma de 158 alunos, em 1926, se autodefinia como psiquiatra rebelde e condenava o uso de procedimentos, como a lobotomia e o eletrochoque, no tratamento de transtornos mentais.

 Por conta de sua atuação, ela chegou a ser acusada de difundir ideias extremistas e acabou sendo presa em 1936. Após ser reintegrada ao ao serviço público, em 1944, ela trabalhou no Hospital Pedro II, no Engenho de Dentro, no subúrbio do Rio de Janeiro.

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