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Boulos: elite brasileira tem ‘povofobia’

"Eu acho que existe na elite brasileira uma herança escravista, é um sentimento da 'casa grande' nunca superado, uma coisa de uma 'povofobia', de não conseguir tolerar o mínimo de convivência social e ter a segregação mais profunda como regra inabalável", definiu o líder do MTST, em entrevista à TV 247; ele também avaliou a relação entre desigualdade e felicidade em um país como o Brasil e criticou a reforma da Previdência de Bolsonaro; assista

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247 - Líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e candidato do PSOL à presidência da República em 2018, Guilherme Boulos afirmou que a elite brasileira não tolera os mais pobres e que a causa disso é a herança de uma lógica escravista de sociedade. Ele participou, junto com o economista Eduardo Moreira, de um debate na TV 247 sobre desigualdade e reforma da Previdência.

"Eu acho que existe na elite brasileira uma herança escravista, é um sentimento da 'casa grande' nunca superado, uma coisa de uma 'povofobia', de não conseguir tolerar o mínimo de convivência social e ter a segregação mais profunda como regra inabalável. Esse é um ponto de uma consciência social herdada de uma sociedade escravista, de uma lógica escravista que acha que o Bolsa Família é comunismo", disse o político.

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Ele também avaliou a relação entre desigualdade e felicidade em um país como o Brasil. "Eu parto do princípio que não são as pessoas que têm que servir a economia, a economia que tem que servir as pessoas. Em uma economia profundamente desigual que nós temos, na qual 1% tem mais do que metade, essa economia gera uma infelicidade profunda, gera um abismo social que gera violência".

Boulos ainda complementou lembrando que a desigualdade contraria, inclusive, o capitalismo que tanto agrada a elite. "Mesmo do ponto de vista econômico, na lógica capitalista o que se tem é: quanto mais desigual a sociedade mais disfuncional ela é porque você não em gente para consumir o básico".

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Sobre a proposta de reforma da Previdência apresentada pela equipe de governo do presidente Jair Bolsonaro, Boulos foi incisivo ao chamá-la de criminosa e covarde e rebateu o argumento do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que a reforma economizará R$ 1 trilhão em 10 anos. "Nós temos que discutir para onde vai o fundo público no Brasil. O Paulo Guedes está falando de 1 trilhão de reais em 10 anos? A gente aponta como consegue isso em 10 anos. Só uma reforma tributária que tribute lucro e dividendo, que tribute grandes heranças e grandes fortunas, isso daria um acréscimo de arrecadação de 120 bilhões de reais ao ano, ou seja, mais do que o Paulo Guedes diz que vai economizar com uma reforma criminosa e covarde".

Guilherme Boulos criticou também a migração para o modelo de capitalização da Previdência Social proposta pela reforma. "No sistema público de Previdência existem 3 partes de contribuição, o empregador contribui, o trabalhador contribui e o Estado contribui. Na capitalização só o trabalhador contribui, o Estado e o empregador se desobrigam, se torna uma relação do trabalhador com o banco privado. Se o empregador sabe que no regime de capitalização ele não entra com nada e na Previdência pública ele tem que pagar a cota dele, que empregador nesse país vai contratar um trabalhador que opte pelo INSS? Nenhum".

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Apesar das críticas, o líder do MTST reconheceu a necessidade de ajustes na sistema previdenciário brasileiro. "Eu acho que nós temos que ter propostas para a Previdência pública, nós só não podemos aceitar o pressuposto de que a Previdência é um problema. Eu acho que tem ajustes a se fazer no sistema previdenciário brasileiro, um deles: cobrar quem deve, enfrentar exonerações e isenções que não têm nenhuma justificativa e que retiram arrecadação do INSS, estimular a formalização do mercado de trabalho e enfrentar privilégios da cúpula dos poderes".

Questionado sobre a aprovação ou não da reforma, Boulos acredita que o país já está se mobilizando contra a reforma. "Eu acho que o Bolsonaro já percebeu que as pessoas se deram conta do gato por lebre que compraram, tanto é que a popularidade dele caiu 15 pontos em menos de 3 meses e ele já é o presidente mais mal avaliado desde que se fazem as avaliações. Essas proposta é dele, tem o DNA dele, tem a cara dele, tem o carimbo do governo dele, é a proposta dele. Eu tenho sentido um princípio de uma resistência forte".

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