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"Brasil não deve interferir nas eleições de outro país", diz Maia sobre críticas de Bolsonaro às primárias argentinas

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, condenou a declaração feita por Jair Bolsonaro de que o Brasil pode rever a participação no Mercosul devido a derrota nas eleições primárias do neoliberal Maurcio Macri, candidato à reeleição presidencial na Argentina. “Isso é importante para não ficar parecendo tentativa de interferência. Não sei se essa tentativa é real ou não. Mas sendo, acho que talvez dê voto e até consolide voto pra chapa da ex-presidente Kirchner. Creio que ninguém goste de ver interferência de um país no outro” ,disse Maia

"Brasil não deve interferir nas eleições de outro país", diz Maia sobre críticas de Bolsonaro às primárias argentinas

247 - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), condenou a declaração feita por Jair Bolsonaro de que o Brasil pode rever a participação no Mercosul devido a derrota nas eleições primárias do neoliberal Maurcio Macri, candidato à reeleição presidencial na Argentina. Para Maia, as relações entre os dois países independem da posição dos governos. “A gente deveria primeiro aguardar o resultado do processo eleitoral para depois tomar qualquer tipo de atitude”, disse Maia em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. 

Nesta segunda-feira (12), Bolsonaro disse que uma eventual vitória de Alberto Fernández, que tem a ex-presidente Cristina Kirchner como sua vice, resultaria em uma “fuga dos irmãos argentinos” para o Brasil. Bolsonaro também disse que caso à chapa encabeçada por Fernandez vença as eleições argentinas, marcadas para o dia 27 de outubro, seria uma vitória da “esquerdalha”. 

Maia observou que independentemente de questões ideológicas o Brasil não pode interferir no resultado do pleito de outros países. “Isso é importante para não ficar parecendo tentativa de interferência. Não sei se essa tentativa é real ou não. Mas sendo, acho que talvez dê voto e até consolide voto pra chapa da ex-presidente Kirchner. Creio que ninguém goste de ver interferência de um país no outro”, destacou o presidente da Câmara. 

“Se é o presidente A, ou o presidente B, isso não deve ser motivo para a nossa decisão. Não é porque o presidente Macri pode ou não perder a eleição que essa importância do Mercosul vai acabar”, disse Maia. “O Mercosul é maior que os governos. Acho que a gente tem que acreditar que o bloco é relevante para o desenvolvimento da região”, enfatizou.