“Brasil tem uma elite sem senso patriótico”, diz Margarida Salomão
Em entrevista à TV 247, a prefeita de Juiz de Fora (MG) afirmou que a elite brasileira mantém o país em uma “postura agachada”, através de projetos como o do semipresidencialismo. Ela defendeu um realinhamento da política externa, como no governo Dilma. Assista
247 - A prefeita de Juiz de Fora (MG), Margarida Salomão (PT), condenou o projeto do semipresidencialismo, cuja tramitação avança rapidamente na Câmara. Para ela, a Proposta que prevê a mudança no sistema de governo representa os interesses de uma elite “subserviente”. Críticos da oposição e autoridades veem o semipresidencialismo como uma tentativa de golpe para reduzir os poderes de um eventual governo Lula.
“É uma coisa impressionante a subserviência da elite brasileira. É impressionante como podemos ter uma elite tão sem vergonha e tão desprovida de senso patriótico. A elite americana pelo menos é nacionalista. Agora, a elite brasileira é verdadeiramente vergonhosa, porque estar tramando coisas como semipresidencialismo indica a nossa postura agachada, que nós não podemos reivindicar o tamanho que temos, em termos de tamanho populacional, potencial econômico e presença geopolítica”, criticou a prefeita, que participou do programa Globalistas, na TV 247.
Margarida Salomão relembrou os anos do governo Dilma Rousseff, que buscou forjar relações com países emergentes e rivais dos Estados Unidos. “Há alguns anos, me lembro de que, conversando com a presidenta Dilma, ela elogiou a postura da Rússia, que tinha colocado o pé na porta, para usar as palavras dela, quando os Estados Unidos ameaçaram invadir a Síria. E eu perguntei, porque a Rússia, que é como nós, uma baleia, um país grande, com uma grande população e com um grande potencial econômico, reclama a sua autonomia e sua disposição de interferir na cena mundial, enquanto o Brasil está sempre envergonhado e subalterno e nessa posição tão desconfortável? E ela respondeu: ‘é uma coisa óbvia, a Rússia jamais foi colônia’. Acredito que o grande problema daqui, junto com o racismo, é o patriarcalismo e o colonialismo, que é uma marca registrada dos grupos dirigentes brasileiros”, afirmou.
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