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Brasil

Brigadas bolsonaristas atacam repórter da Folha nas redes

A jornalista da Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello, responsável por uma das mais respeitadas e corajosas matérias jornalísticas no ano de 2018, continua sendo ameaçada e pressionada por brigadas bolsonaristas nas redes sociais; a repórter fez, em seu Twitter, as perguntas que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não fez às gigantes da comunicação Facebook e WhatsApp; ela pergunta: "Quantas contas ligadas às agências foram banidas? Quantas mensagens foram enviadas dos números ligados às agências?"

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247 - A jornalista da Folha de S. Paulo, Patrícia Campos Mello, responsável por uma das mais respeitadas e corajosas matérias jornalísticas no ano de 2018, continua sendo ameaçada e pressionada por brigadas bolsonaristas nas redes sociais. A repórter fez, em seu Twitter, as perguntas que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não fez às gigantes da comunicação Facebook e WhatsApp. Ela pergunta: "Quantas contas ligadas às agências foram banidas? Quantas mensagens foram enviadas dos números ligados às agências?

A jornalista continua: "quais os números detectados pelo envio anormal de mensagens? Qual aumento de mensagens nos últimos 12 ms e queda nos últimos 30 dias?"

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Patrícia Campo Mello tuitou várias vezes nas últimas horas questionando - de maneira indireta e elegante - a inanição do TSE com relação às denúncias de caixa dois eleitoral na campanha de Jair Bolsonaro (PSL). 

Ela vai ao âmago da questão: "quantas visualizações, cliques, curtidas e comentários foram recebidas por meio de impulsionamento pago no Facebook e Instagram relacionado a Jair Bolsonaro e Fernando Haddad?"

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Mello segue "ensinando" ao TSE como fazer os questionamentos corretos para as instâncias envolvidas no crime eleitoral (e utiliza caixa-alta): "PERGUNTAS PARA O FACEBOOK: Por que a empresa não informou ao TSE o impulsionamento de conteúdo pro-Bolsonaro feito por Luciano Hang, que já foi multado por isso? Quanto foi gasto em impulsionamento no Facebook que levava o usuário a conteúdos referentes a Bolsonaro?"

Incansável, a jornalista prossegue em sua aula de arguição: "DEZ PERGUNTAS SEM RESPOSTA Para o WhatsApp: Quantas contas ligadas às agências foram banidas? Quantas msgs foram enviadas dos números ligados às agências? Quais os números detectados pelo envio anormal de msgs? Qual aumento de msgs nos últimos 12 ms e queda nos últimos 30 dias?"

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E conclui: "qual o valor gasto em impulsionamento no Twitter de conteúdos referentes a Jair Bolsonaro (não pagos pelo partido ou candidato)? Qtas contas fake foram banidas? Dessas, qtas tinham ativ. política, favorecendo quais candidatos? Qtos tuítes ou retuítes foram gerados de cada uma?"

Ela ainda acrescenta, sem esquecer de mencionar o pressuposto básico para um questionamento judicial minimamente vinculado à realidade dos fatos: "o WhatsApp e o Twitter não são pagos para impulsionar conteúdo, não é assim que funciona. são os empresários e as campanhas que contratam agencias para impulsionar tuites, com bots e sockpuppets, ou para fazer envios em massa".

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Ataques de bolsonaristas

Após a série de tuítes que fizeram estremecer a cena da denúncia - uma vez que é a repórter que descobriu o esquema fraudulento de disparos ilegais por WhatsApp -, a jornalista Patrícia Campos Mello voltou a ser ameaçada por brigadas bolsonaristas. 

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Ela já havia sido ameaçada no instante mesmo da publicação de sua matéria ser publicada no jornal Folha de S. Paulo, obrigando o jornal a pedir proteção da Polícia Federal e fazer uma denúncia no Ministério Público. 

Os ataques partiram de simpatizantes de Bolsonaro e se alastraram nas redes - Twitter, Facebook, Youtube e WhatsApp - no período imediatamente posterior à publicação de sua matéria no jornal da Barão de Limeira. O deputado eleito Alexandre Frota chegou a gravar um vídeo acusando a jornalista de "sem vergonha". 

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Os ataques desta vez vieram do blog "O Reacionário", que desqualifica o trabalho da jornalista a chamando de "petista" (sic) e elencando perguntas supostamente técnicas a respeito de seus pressupostos. O blog também faz uso do gaslighting, tradicional ferramenta misogina da extrema-direita para desqualificar mulheres, taxando-as de "loucas" e "histéricas".

O Blog diz: "quem aqui se lembra de Patrícia Campos Mello, a petista responsável pela matéria que acusava um grupo de empresários (incluindo Luciano Hang) de terem patrocinado conteúdo de campanha de Jair Bolsonaro no Whatsapp? Desmentida pelo Facebook, Twitter e Whatsapp, a jornalista reagiu com raiva declarando que o principal não foi respondido".

O blog elenca, de maneira pueril, as supostas faltas técnicas da repórter: 

"1) A jornalista não conseguiu estabelecer uma relação causal ou factual em suas acusações
2) A jornalista não apresentou prova alguma do que foi dito
3) A jornalista apelou para o argumento de "que se está na Folha é verdade"
4) Após ter provocado grandes crispações com seu factoide, a jornalista toma carona na decisão da justiça em investigar suas afirmações como prova de que há procedência
5) A justiça convoca as empresas citadas a se explicarem
6) As empresas negam
7) A jornalista que um dia antes havia celebrado o andamento do caso ataca as companhias por não entregarem o que ela quer"

E fecha o ataque, politizando o trabalho jornalístico: "até então a tal Patrícia Campos Mello era só mais uma militante de redação, mas depois de hoje ela se mostra ainda mais abjeta. O que a jornalista petista queria era um julgamento de exceção, onde o acusado não tem direito ao contraditório e as testemunhas são coagidas a apresentarem as provas que a acusação quer."

O blog vai além: "Patrícia se mostra um monstro moral que pretende submeter seu adversário político a um julgamento bolivariano. Para os que duvidavam não resta mais dúvida alguma de que Patrícia e seu jornal sujo pretendiam manipular o debate público e interferir nas eleições com o embuste publicado contra Jair Bolsonaro".

O blog bolsonarista conclui teatralizando um argumento caro ao segmento progressista e defende, com cifras de cinismo, a liberdade de imprensa - o exato contrário do que preconiza seus inspiradores políticos: "isso não é exercício da liberdade de imprensa, mas sim associação criminosa com propósitos antidemocráticos. Independente de quais forem as eventuais punições a conspirata tramada nos porões da Folha de SP, o fato é que o vexame protagonizado pela jornalista em seu rompante histérico já servirão para liquidar o resto de reputação da qual o jornal ainda desfrutava".

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