Cachoeira só deve ser ouvido em Brasília no dia 29 de agosto
Dos acusados de tentar influenciar no sistema de bilhetagem do DF, apenas Gleyb Ferreira da Cruz, braço-direito do contraventor, foi ouvido nesta quarta pela Justiça do DF; ele contou que o bicheiro queria 50% da empresa indicada para administrar o transporte local
Brasília247 – Acompanhado por seu ex-advogado, Rafael Tucherman, do escritório Cavalcanti & Arruda Botelho, parceiro do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, Carlinhos Cachoeira passou a tarde no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Ele é acusado de tentar influenciar licitação para a bilhetagem eletrônica nos ônibus do DF. Apesar de estar no Tribunal, Cachoeira não foi ouvido na primeira audiência de instrução decorrente da Operação Saint Michel.
Além do contraventor, são acusado de formação de quadrilha e tráfico de influência Gleyb Ferreira da Cruz, braço direito de Cachoeira, Giovani Pereira da Silva, contador da quadrilha, Valdir dos Reis, ex-servidor do GDF, Cláudio Abreu, ex-coordenador da Delta para o Centro-Oeste, Heraldo Puccini Neto, diretor da Delta em São Paulo, Dagmar Alves Duarte, apontado como lobista e Wesley Clayton da Silva, vereador do PMDB em Anápolis (GO).
Gleyb foi o único acusado ouvido nesta quarta-feira. Iniciada por volta das 14h40, a sessão ouviu quatro testemunhas. O secretário de Transporte, José Walter Vazquez, e o exonerado ex-diretor do DFTrans, Milton Martins, foram convocados pela acusação. Por sua vez, Valdir dos Reis levou duas testemunhas de defesa.
Em seu depoimento, Gleyb afirmou ter a função de avaliar as empresas com quem Cachoeira faria negócios. Antes de Gleyb começar a falar, Cachoeira foi retirado da sala de audiência, algemado e escoltado.
De acordo com o parceiro do contraventor, Claúdio Abreu teria perguntado se Cachoeira gostaria de participar da licitação de bilhetagem eletrônica no Distrito Federal. A possível participação também foi questionada por Dagmar Alves, também réu da Saint Michel.
O depoente contou ainda que Cachoeira indicou a empresa que iria participar de uma licitação, em Goiânia, para compra de tornozeleiras. Pela indicação da Delta, de Fernando Cavendish, o contraventor queria uma comissão de 50% caso o negócio se concretizasse.
Sobre a participação de Milton Martins, Gleyb afirmou que "que se for de Brasília é do DFTrans", porém negou que no grampo lido pelo promotor durante o depoimento, o Milton citado fosse o ex-diretor do DFTrans.
O depoimento de Gleyb revelou ainda que o ex-assessor da secretaria de Planejamento, que deixou o cargo em dezembro de 2010, Valdir dos Reis, seria contratado para acompanhar as licitações.
Uma nova audiência marcada para dia 29 de agosto, às 14h, para interrogar os outros réus. O grupo teria tentado infiltrar um esquema na bilhetagem eletrônica dos ônibus do Distrito Federal.
Até lá, Cachoeira precisa arrumar um novo advogado, já que na terça-feira 31, o ex-ministro da Justiça, Thomaz Bastos, deixou o caso.
Testemunhas
Depois de o secretário de Transportes do DF, José Valter Vazquez, prestar esclarecimentos sobre a licitação para a bilhetagem eletrônica nos ônibus do DF, foi a vez do ex-diretor administrativo financeiro do DFTrans, Milton Martins. Logo no início, ele negou conhecer todos os réus, mas reconhece ter assistido uma apresentação de Gleyb Ferreira da Cruz, um dos acusados, sobre um projeto de sistema de bilhetagem. Milton apresentou um pen drive com a apresentação de Gleyb e da empresa coreana, que foi dado no dia da reunião, quatro testemunhas foram dispensadas.
O ex-diretor disse que só tomou conhecimento da empresa Delta com os escândalos desencadeados pela Operação Monte Carlo, e que no dia da apresentação, Gleyb não teria dito ser da Delta.
Milton contou que saiu do órgão antes de ser definido como seria a licitação.
A situação ficou um pouco mais delicada quando o promotor mostrou uma foto de Martins no celular de Gleyb, apreendido na Operação Monte Carlo. Milton reconheceu a imagem e informou que é do dia da reunião em que Gleyb estava.
Milton Martins foi exonerado e responde por processo administrativo no DFTrans.
Mesmo com Márcio Thomaz Bastos tendo saído do caso, Carlinhos Cachoeira está sendo representado por Rafael Tucherman, do escritório Cavalcanti & Arruda Botelho, que já estava no caso.
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