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Caminhada reelembra morte de publicitário

Ricardo Aquino, morto pela polícia paulista, foi homenageado por parentes e familiares

Caminhada reelembra morte de publicitário (Foto: Gabo Morales/Folhapress)
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Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil

São Paulo -  Um grupo de pessoas vestidas, em sua maioria,  com camisetas brancas, algumas com flores e balões de borracha da mesma cor nas mãos, saiu em caminhada hoje (29) no Parque Ibirapuera para protestar contra a morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, de 39 anos, ocorrida no último dia 18 em uma abordagem policial, na zona oeste da cidade.

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“Queremos o fim da violência e punição mais rigorosa contra quem comete crimes. Queremos também policiais mais treinados para o trabalho”, disse Guilherme Bramês, amigo da vítima e um dos organizadores da manifestação. Ele informou ter distribuído 450 camisetas convocando as pessoas a se unirem ao ato.

A caminhada teve início em frente ao prédio da Oca e seguiu por cerca de 2 quilômetros até a Praça da Paz. Ao longo do trajeto, a canção Eu Quero Apenas, do cantor e compositor Roberto Carlos, era entoada em um canto triste pelos participantes.

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Na Praça da Paz, alguns participantes leram manifestos lamentando a forma como Ricardo foi morto. Entre eles, estava sua viúva, Lélia de Aquino, que criticou a ação dos policiais militares no episódio. Ela disse que o marido foi morto sem que lhe oferecessem chances de defesa. Ela lembrou que, 24 horas depois deste ocorrido, policiais militares mataram o jovem Bruno Vicente de Gouveia, de 19 anos, na cidade de Santos, litoral paulista.

“Quantos Ricardos e quantos Brunos terão ainda que morrer para que se mude essa situação?", questionou Lélia, defendendo um sistema de segurança com policiais melhor preparados para desempenhar as funções. “Queremos também justiça e que os culpados sejam afastados [da corporação]”, pediu Lélia.

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As mesmas reivindicações foram feitas pela irmã da vítima, Fernanda de Aquino. Ela disse ter recebido com a tristeza o fato de os policiais envolvidos terem sido libertados e também refutou o fato de a polícia ter encontrado uma porção de maconha no carro de Ricardo. “Houve adulteração no local do crime”, assegurou.

Entre representantes de outras vítimas de violência na cidade e de organizações não governamentais (ONGs), estava  Keiko Oda,  mãe do pequeno Ives, uma criança que há 15 anos foi sequestrada e morta por policiais que, nos dias de folga, trabalhavam no comércio da família Oda.

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Atualmente, com um assento na Câmara dos Deputados, Keiko luta para tornar mais rigoroso o Código Penal. Ela defende o aumento da pena máxima, de 30 anos para 40 anos. Para o advogado aposentado Levy Gomes Nunes, no entanto,  isso não resolve o problema da violência no país. “Seja 40 ou 90 anos, a progressão da pena vai continuar”, acredita ele.

De acordo com estatística da Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, houve alguma redução do número de casos de pessoas mortas em confronto com PMs, em todo o estado de São Paulo. Foram 112 no primeiro trimestre deste ano e 117 no segundo, totalizando 229 mortes.Já no primeiro trimestre do ano passado, ocorreram 108 casos e no, segundo trimestre, 133, somando 241.

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Até o momento de publicação da reportagem, a Polícia Militar do Estado de São Paulo não havia respondido solicitação de pronunciamento enviado pela Agência Brasil.

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