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Censura: professora é suspensa por criticar Bolsonaro em sala de aula, em Cuiabá

Uma professora do ensino infantil, do 3º ano do ensino fundamental de escola particular em Cuiabá (MT), foi afastada por três dias por criticar Jair Bolsonaro e seus apoiadores dentro da sala de aula

Censura: professora é suspensa por criticar Bolsonaro em sala de aula, em Cuiabá (Foto: Sinepe-MT/Divulgação)

247 - Uma professora do ensino infantil, nesta terça-feira, 31, foi afastada por três dias de uma escola particular em Cuiabá (MT) por criticar Jair Bolsonaro e seus apoiadores dentro da sala de aula. A docente foi gravada e seus comentários foram compartilhados em grupos de mensagens, causando revolta em alguns pais.

Ela dá aula para o 3º ano do ensino fundamental, para crianças entre 7 e 9 anos. Na sala de aula, ela denunciou os crimes ambientais apoiados por Bolsonaro e o atraso em que ele colocou o Brasil.

"Ele é a favor do desmatamento. Ele é a favor que os garimpeiros façam destruição dentro das terras indígenas. Além da destruição da natureza, está prejudicando o povo indígena. Os garimpeiros e o presidente da república são a favor disso. Temos que começar a pensar o que queremos para o nosso Brasil", declarou.

"Votamos com a urna eletrônica, então não tem como você 'roubar'. Tem como 'roubar' se for no papelzinho, e ele [presidente] quer que volte a votação pelo papelzinho, que é para facilitar para ele fazer o que quiser", disse.

"Ele tem as pessoas que o acompanham, igual a torcedor de futebol que torce pelo time. Ele tem a torcida dele, mas se formos avaliar esses seguidores, são pessoas corruptas também, que fazem coisas fora da lei. São pessoas atraídas por ele, por causa do pensamento dele, pelas coisas que ele fala e faz, sempre contra a prosperidade do país", pontuou.

Reações

O Colégio Notre Dame de Lourdes, em nota, afirmou que o os comentários da professora infringem o artigo do código de ética assinado pelos funcionários da instituição e, por isso, ela teria sido suspensa.

"A direção do Notre Dame de Lourdes reafirma que não apoia tal conduta e que a opinião expressada não reflete a posição da instituição", diz.

Já a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) - que representa os estudantes de ensino fundamental e médio, pré-vestibulares, técnico e educação de jovens e adultos (EJA) - se posicionou a favor da professora.

"Uma professora em Cuiabá foi suspensa pela instituição em que ensina por três dias após expor sua opinião sobre o presidente Bolsonaro, responsabilizando-o pelo elevado índice de crimes ambientais. Decisão absurda que ataca a liberdade de ensino e de aprender! A escola é livre!", publicou.

A censura à professora lembra a proposta da extrema direita, principalmente do MBL, do “Escola Sem Partido” - denominado por alguns críticos como “Escola Com Fascismo”. Em campanha pela aprovação desta lei, que censura o posicionamento político dos docentes, o MBL defendeu que as pessoas filmassem as declarações de professores, criando um clima de vigilância contra os profissionais.

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