Chacina da PM no Amazonas acontece com aviso às famílias: “agora é a lei do Bolsonaro”
PM realiza chacina em Tabatinga, no Amazonas, mata sete jovens pretos ou descendentes de indígenas e pobres, sob alegação de vingança contra o assassinato de um sargento. “Agora é a lei do Bolsonaro”, bradou um PM na casa de uma das vítimas
247 - Uma chacina da PM do Amazonas, em Tabatinga, por vingança contra a morte de um sargento em 12 de junho, matou ao menos sete pessoas, das quais três foram jogadas no lixão após tortura. Os policiais invadiram e vandalizaram casas, ameaçaram familiares dos mortos, adulteraram atestado de óbito e impuseram a lei do silêncio. Em uma das casas invadidas, um PM disse a familiares: “Agora é a lei do Bolsonaro: bandido bom é bandido morto” -as informações são do jornalista Fabiano Maisonnave, da Folha de S.Paulo.
A onda de violência teve início com a morte do sargento Michael Flores Cruz. Por volta de 12h daquele sábado, ele estava na região portuária de Tabatinga quando foi alvejado com dois tiros, um deles na cabeça.
Logo após o assassinato, um áudio distribuído via WhatsApp fez a convocação: “Todos os PMs que estiverem de folga desloquem-se para o 8º Batalhão para manter uma reunião aqui. Nosso colega M. Cruz foi a óbito”.
A partir deste momento, seguiu-se o roteiro das chacinas que acontecem em todo o país, sendo a anterior na favela do Jacarezinho, no Rio. Começou uma caçada que passou a atingir jovens alegadamente com passagem pela polícia e sem aparente relação com o assassinato.
Além dos quatro mortos, outros quatro jovens foram levados por PMs, sempre segundo testemunhas. Um deles, Gabriel Pereira Rodrigues, 18, foi visto dentro de uma viatura, aparentemente sendo obrigado pelos policiais a indicar o local de residência de outros jovens.
Ele apareceu entre os três mortos encontrados na madrugada do dia seguinte (13) no lixão da cidade. Além de tiros na cabeça, apresentavam sinais de tortura. Rodrigues estava nu, com o ânus perfurado. Clisma Ferreira, 17, foi degolado –apenas a pele unia o corpo à cabeça. Antonio Rengifo Vargas, 20, estava esfaqueado e tinha o rosto machucado, entre outros ferimentos.
Ao menos seis mortos tinham entre 17 e 27 anos e eram negros ou pardos (incluindo descendentes de indígenas).
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