CNJ: detentos paulistas estão em risco permanente
Conselho Nacional de Justia aponta negligncia e falta de profissionais de sade em 160 unidades prisionais paulistas; estado o mais rico do pas, mas reserva aos presoso mesmo tratamento dado pelas unidades mais pobres da federao
Fernando Porfírio _247 - O estado mais rico do país trata a saúde de seus presos com negligência e incúria. Faltam médicos e dentistas para tratar os detentos que se amontoam em celas insalubres. O quadro nos presídios paulistas iguala São Paulo a unidades da Federação que estão entre as mais pobres da Federação. A informação está nos relatos dos juízes que participaram do mutirão carcerário que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizou no estado, no segundo semestre de 2011.
Foram inspecionadas 160 unidades prisionais do estado, entre penitenciárias, presídios, cadeias públicas e delegacias paulistas. O CNJ constatou “risco permanente” à saúde de 180 mil pessoas, um terço da população carcerária do país. O relatório será encaminhado ao Tribunal de Justiça com determinações sobre melhorias na avaliação da Execução Penal. E, também, ao governo estadual e ao Executivo Federal com sugestões e recomendações.
Casos extremos de falta de assistência à saúde dos detentos foram relatados nos CDPs de Guarulhos e Piracicaba, na PI de Serra Azul e nas penitenciárias Franco da Rocha III e Potim II, assim como na Cadeia Pública de Pariquera e no Centro de Progressão Penitenciária de Franco da Rocha.
No CDP 1 de Guarulhos, o CNJ constatou que a unidade não tem médicos ou dentistas, apesar de haver 68 presos doentes. O gabinete médico está interditado, com a parede cheia de infiltrações. No CDP de Piracicaba, dos 147 presos em tratamento, um chamou a atenção durante a inspeção. O juiz Esmar Filho disse que o detento aparentava sofrer de problemas psiquiátricos e passava o dia em um cômodo insalubre.
O CNJ relata o caso de um preso de unidade de Franco da Rocha III que tinha um pino saindo da perna. No Centro de Progressão Penitenciária de Franco da Rocha, um dentista particular atendia presos que o pagavam, no gabinete odontológico do Estado, em “flagrante ilegalidade”, de acordo com relato do juiz que participou da inspeção.
Na Cadeia Pública de Pariquera, no Vale do Ribeira, não há lugar próprio para presas gestantes. “Encontramos uma delas em uma cela com mais 18 presas. Na unidade, não há sequer camas, apenas colchões”, afirma o juiz Paulo Irion.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: