Coca-Cola é investigada por esquema bilionário para não pagar imposto
A Receita suspeita de superfaturamento no preço do xarope fabricado em Manaus; no esquema, quanto mais inflacionado o preço do xarope, mais a empresa recebe créditos; em média, as engarrafadoras pagam entre R$ 140 a R$ 200 pelo concentrado da Recofarma; o mesmo produto é exportado a outros países por algo em torno de R$ 70; reportagem do Intercept Brasil



João Peres, Moriti Neto, no Intercept Brasil - O Intercept e O Joio e o Trigo conseguiram acesso aos documentos internos da Receita Federal em que constam depoimentos realizados nos anos de 2017 e 2018. Neles, ao menos duas testemunhas fizeram declarações e apresentaram material de denúncia do superfaturamento de preços de produtos do sistema Coca-Cola e evasão fiscal.
Há anos, auditores da Receita suspeitam de superfaturamento no preço do xarope fabricado em Manaus. Inicialmente, o concentrado era produzido pelas próprias engarrafadoras, empresas que diluem o xarope em água e gás, colocam nas embalagens e distribuem os refrigerantes. Porém, incentivos fiscais criados na década de 1990 abriram a brecha para que as corporações de bebidas açucaradas instalassem fábricas no estado do Amazonas – uma operação que dá mais dinheiro, já que são muitas as isenções tributárias. Com sede de lucros, a Recofarma começou a operar por lá em maio de 1990, centralizando a fabricação do concentrado e deixando as envasadoras com as outras etapas produtivas.
No esquema, quanto mais inflacionado o preço do xarope, mais a empresa recebe créditos. Em média, as engarrafadoras pagam entre R$ 140 a R$ 200 pelo concentrado da Recofarma, enquanto o mesmo produto é exportado a outros países por 22 dólares, em torno de R$ 70, no máximo.
Leia a íntegra no Intercept Brasil
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