Comissão Arns vai investigar mortes em favela e obra na Amazônia
A Comissão Arns escolheu dois casos para denunciar violações aos direitos humanos desde a posse de Jair Bolsonaro; o grupo cobrará explicações sobre a ação policial que deixou 15 mortos no morro do Fallet-Fogueteiro, no Rio, e também vai contestar o plano de construir um linhão de energia na terra indígena Waimiri Atroari, em Roraima
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247 - A Comissão Arns escolheu dois casos para denunciar violações aos direitos humanos desde a posse de Jair Bolsonaro. O grupo cobrará explicações sobre a ação policial que deixou 15 mortos no morro do Fallet-Fogueteiro, no Rio, e também vai contestar o plano de construir um linhão de energia na terra indígena Waimiri Atroari, em Roraima. A comissão reúne juristas, intelectuais e ex-ministros que atuaram nos governos Sarney, FH, Lula e Dilma.
O Ministério Público já investiga a operação no Fallet-Fogueteiro, no início de fevereiro. A PM afirma ter reagido a um ataque de bandidos, mas parentes dos mortos acusam os policiais de execução. Os relatos foram publicados na coluna de Mello Franco.
De acordo com o presidente da comissão, Paulo Sérgio Pinheiro, o caso tem as características de uma chacina. "As irregularidades são enormes. A polícia recolheu os corpos antes da chegada dos peritos. Testemunhas disseram que houve tortura e que todos estavam rendidos antes de serem baleados", disse.
O governador Wilson Witzel elogiou a operação e disse que os policiais agiram “para defender o cidadão de bem”. “O que nos assusta é a celebração da morte. O Estado não pode promover execuções em nome da luta contra o crime”, rebate Pinheiro.
A comissão também vê ameaças aos povos indígenas no governo Bolsonaro. Em fevereiro, o presidente assinou um decreto para transformar o Linhão de Tucuruí em projeto de “interesse da política de defesa nacional”, o que abre a possibilidade de a obra ser iniciada sem a permissão dos waimi-atroari.
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