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Comissão do Senado aprova convite para Ernesto Araújo explicar visita de Pompeo

Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou convite para o chanceler, Ernesto Araújo, explicar a visita do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo. "Se as explicações não convencerem, aprovaremos uma moção de censura contra o chanceler", disse a senadora Kátia Abreu

Mike Pompeo e Ernesto Araújo (Foto: US Embassy)
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Lisandra Paraguassu, Reuters - A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta segunda-feira um convite para o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, explicar a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, a Roraima, na última semana, depois de um grupo tentar barrar as sabatinas de indicados para embaixadas marcadas para esta semana.

De acordo com o senador Telmário Mota (PROS-RR), o ministro já aceitou o convite e a audiência acontecerá na próxima quinta-feira.

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A senadora Kátia Abreu (PP-TO), membro titular da comissão, disse que a intenção é que Araújo dê explicações convincentes sobre a visita, da qual ele participou pessoalmente. Na visita a Boa Vista, de pouco mais de três horas, Pompeo fez críticas ao governo da Venezuela e disse que chegará o dia da queda do presidente do país, Nicolás Maduro.

A visita foi encarada como um operação midiática do governo do presidente dos EUA, Donald Trump, em um momento em que o presidente norte-americano está em campanha para reeleição e, de acordo com as últimas pesquisas, atrás do democrata Joe Biden nos levantamentos nacionais.

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“Se as explicações não convencerem os senadores, aprovaremos uma moção de censura contra o chanceler. Isso afeta diretamente a carreira e a reputação do diplomata”, disse a senadora.

Durante o final de semana, um grupo de senadores, incluindo Kátia e Telmário, entre outros, articulou uma reação à atuação do Executivo no apoio à visita do secretário norte-americano, e foi cogitada a suspensão das sabatinas dos indicados para chefiarem embaixadas.

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Para serem indicados aos cargos aos quais foram designados, os diplomatas precisam passar por essa etapa, terem seus nomes aprovados na comissão e depois no plenário do Senado. Nesse momento, a CRE tem 32 nomes represados, inclusive o do indicado a embaixador na Argentina, Reinaldo de Almeida Salgado.

Na sessão, o presidente da comissão, Nelsinho Trad (PSD-MS), defendeu que as sabatinas deviam seguir como marcadas para evitar mais prejuízo às relações internacionais do país. No que então aprovou-se o convite e uma nota de repúdio.

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A visita de Pompeo, a 40 dias das eleições norte-americanas, foi vista por vários parlamentares como uma interferência indevida do governo brasileiro no processo, ao dar palanque ao governo Trump, o que o presidente Jair Bolsonaro tem feito com alguma regularidade ao destacar sua preferência pela reeleição de Trump.

Além disso, a presença de Pompeo dando declarações agressivas contra o governo venezuelano também foi considerado uma violação da tradicional política de independência e não intervenção da diplomacia brasileira.

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Em nota, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que o episódio “afronta as tradições de autonomia e altivez de nossas políticas externa e de defesa.”

Bolsonaro defendeu a visita em suas redes sociais. “A visita do secretário de Estado @SecPompeo à Operação Acolhida, em Boa Vista/RR, em companhia do @ItamaratyGovBr (Ministro @ernestofaraujo), representa o quanto nossos países estão alinhados na busca do bem comum”, escreveu, acompanhado de uma foto sua com Trump.

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Nesta segunda, o vice-presidente Hamilton Mourão minimizou o caso. “Um pessoal criticou, eu respeito as críticas de ex-chanceleres, do presidente da Câmara, mas eu não vi nada demais. Nós temos um alinhamento com os Estados Unidos desde a época da nossa independência”, disse a jornalistas ao chegar no Palácio do Planalto. “Pompeo foi ver uma operação do Estado brasileiro, organizada pelo Exército.”

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