CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Brasil

Conservadores tentam ascensão na CNBB em eleição de nova diretoria

"Eu digo que isso [guinada conservadora na CNBB] é mais fantasia do que realidade", disse dom Darci Nicioli, em entrevista à Folha, sobre a disputa na eleição da nova diretoria da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil que deve reunir 500 religiosos de todo o país  

Conservadores tentam ascensão na CNBB em eleição de nova diretoria
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 -  A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) iniciou nesta quarta-feira (1º) a assembleia em que elegerá sua direção para os próximos quatro anos. O encontro acontece em Aparecida (SP) e deve reunir 500 bispos, entre ativos e eméritos (aposentados nós próximo dez dias.

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, durante a abertura do evento os líderes católicos pregaram coesão entre eles e pediram orações para que cheguem "a decisões acertadas".

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"Que o Deus de bondade nos conceda a graça de vivermos estes dias em fraterna comunhão", rogou o atual presidente da entidade, dom Sergio da Rocha, que está encerrando o mandato.

Na pauta, além das diretrizes da entidade para os próximos anos, as eleições tomam conta das conversas de bastidores nos próximos dez dias de debate.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Setores conservadores tentam aplicar um ofensiva para ocupar a cúpula, hoje comandada pela ala considerada progressista.

Não é de hoje que o posicionamento em defesa de bandeiras sociais e contra retrocessos tem incomodado a a direita. Com a eleição de Jair Bolsonaro, as posições contra bandeiras como a reforma da Previdência elevou a temperatura.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Em nota sobre o Dia do Trabalhador, com críticas duras à reforma Trabalhista, a CNBB defendeu a participação dos trabalhadores e dos sindicatos nas discussões sobre a reforma da Previdência, considerando como "fundamental para a preservação da dignidade dos trabalhadores e de sua justa e digna aposentadoria, especialmente dos que se encontram mais fragilizados".

A nota ainda reforça que a instituição esta preocupada com o regime de capitalização proposto pela reforma, que põe em risco a "lógica da solidariedade e da proteção social". Diz ainda que o plano de desconstitucionalizar regras da Previdência "não é ético".

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"Reconhecemos que às vezes há necessidade de fazer alguns ajustes. A sociedade é dinâmica. Mas não que quem pague o preço sejam os trabalhadores, especialmente aqueles mais fragilizados", disse em entrevista durante o evento, dom Guilherme Werlang, bispo de Lages (SC).

O governo Bolsonaro não esconde o incomodo a tais posições. Em fevereiro, o general Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), admitiu que o governo via o assunto com preocupação, por envolver, segundo o militar, pontos "de interesse de segurança nacional".

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A preocupação é tanta que o Planalto chegou a monitorar a organização do Sínodo dos Bispos para a Amazônia, encontro que ocorrerá em Roma, em outubro, para discutir como ampliar e aperfeiçoar a presença da igreja na região amazônica, tanto no Brasil quanto nos países vizinhos.

Além disso, o guru do clã Bolsonaro, o astrólogo Olavo de Carvalho e o estrategista americano Steve Bannon, têm estimulado ataques contra a igreja, inclusive ao Papa Francisco, apontado por eles como propagador de "ideias vermelhas" ao redor do mundo.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Nas redes sociais, a milícia vistual também ataca. A CNBB chegou a ser taxada de "esquerdista" por apoiadores bolsonaristas . O suposto "católico" Bernardo Küster, youtuber do Paraná, fez críticas ao órgão em vídeos com milhões de visualizações.

 

Bastidores

Os moderados defendem que que a sucessão na CNBB deva ser de líderes com bom trânsito no governo, para supostamente atenuar conflitos.

"Eu digo que isso [guinada conservadora na CNBB] é mais fantasia do que realidade", disse dom Darci Nicioli, em entrevista à Folha. 

Entre os nomes de candidatos, os mais conhecidos são os arcebispos de São Paulo, dom Odilo Scherer, e do Rio, dom Orani Tempesta, estes com perfil considerado com mais trânsito com o governo Bolsonaro.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO