Contra Bolsonaro, indígenas ocupam às ruas e pedem Funai no Ministério da Justiça
"A garantia de território é a principal bandeira dos povos indígenas. Trazer a demarcação para o Ministério da Agricultura é uma demonstração clara do governo que não vai mais realizar demarcações, porque está entregue nas mãos do agronegócio", afirmou Sônia Guajajara
247 - Em protesto contra as medidas de retrocesso de Jair Bolsonaro, a comunidade indígena realizou nesta quinta-feira (31) atos em diversas nacionais e internacionais. No Brasil, os atos aconteceram em 22 estados e no Distrito Federal, onde dezenas de manifestantes ocuparam a frente do Ministério da Agricultura.
O ato faz parte da mobilização nacional "Sangue indígena, nenhuma gota a mais", convocado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
Sônia Guajajara, coordenadora da associação, criticou a Medida Provisória 870, que transferiu as demarcações das terras indígenas, que antes eram da Funai para o Ministério da Agricultura. Ela defendeu que o órgão seja alocado no Ministério da Justiça.
"A garantia de território é a principal bandeira dos povos indígenas. Trazer a demarcação para o Ministério da Agricultura é uma demonstração clara do governo que não vai mais realizar demarcações, porque está entregue nas mãos do agronegócio", enfatizou a líder indígena, segundo o Correio Braziliense.
Segundo ela, as declarações feitas por Bolsonaro sobre as questões indígenas, têm ajudado a alimentar a violência, conflitos e a invasão de terras indígenas. "Quem já está lá e tem a intenção de invadir, se sente respaldado por esse discurso", disse.
A líder indígena também rebateu a declaração de Bolsonaro, que afirmou que o índio "quer tomar um banho com um sabonete, que não tem".
"Quem precisa tomar banho com sabonete é ele, que está sujo e não nós. O que queremos é o território demarcado para ter direito a uma cidadania plena, sendo o que somos, preservando a identidade", declarou.
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