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Dados de desmatamento na Amazônia serão revisados e agosto será o pior em dez anos

Segundo o pesquisador Alberto Setzer, não estão corretos dados que apontam que os incêndios na Amazônia caíram 5% em agosto, conforme informação disponível atualmente no sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

Queimadas atingem área da Amazônia em Porto Velho; Jair Bolsonaro e Ricardo Salles (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino | Marcos Corrêa/PR)
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BRASÍLIA (Reuters) - Os dados oficiais de agosto sobre focos de incêndio na Amazônia precisam ser corrigidos e provavelmente vão mostrar uma alta na comparação com o ano passado, o que significará o pior mês de agosto em uma década, disse à Reuters nesta quarta-feira um dos pesquisadores responsáveis pelos números.

Segundo o pesquisador Alberto Setzer, não estão corretos dados que apontam que os incêndios na Amazônia caíram 5% em agosto, conforme informação disponível atualmente no sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

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O pesquisador do Inpe, que trabalha na produção dos dados oficiais sobre focos de incêndios, disse que o registro de dados finalizados sofreu um atraso por um erro em uma satélite da Nasa.

Quando a questão for resolvida, afirmou, agosto deste ano provavelmente registrará um aumento de 1% a 2% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Isso significa que seria o pior mês de agosto em números de incêndios desde 2010.

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“Vai subir. O número de incêndios, focos de incêndio, vai aumentar. Talvez 1% ou 2%, eu diria”, afirmou Setzer.

A assessoria de imprensa do Inpe encaminhou um pedido de comentário para Setzer, que deu mais detalhes sobre seus cálculos e alertou que uma variação de 1% a 2% ficaria dentro da margem de erro.

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O Ministério da Ciência e Tecnologia, ao qual o Inpe é vinculado, não respondeu a um pedido de comentário.

Já a assessoria do presidente Jair Bolsonaro não quis comentar, direcionando perguntas ao gabinete do vice-presidente da República Hamilton Mourão, que coordena o Conselho Nacional da Amazônia Legal. O gabinete de Mourão não respondeu de imediato a um pedido de comentário. Uma porta-voz do Ministério do Meio Ambiente não quis comentar.

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Uma onda de focos de incêndios na Amazônia, em agosto de 2019, que levou a um pico das queimadas em nove anos, provocou protestos pelo mundo e no Brasil, com críticas à política de proteção da maior floresta tropical do mundo. O presidente francês, Emmanuel Macron, chegou a trocar farpas com Bolsonaro à época.

Defensores do meio ambiente e cientistas responsabilizam Bolsonaro pela deterioração de políticas de proteção ambiental no país e criticam o apelo ao desenvolvimento da Amazônia, encorajando madeireiros ilegais e especuladores de terras a derrubarem a floresta.

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Especialistas afirmam que a proteção da Amazônia é vital para conter as mudanças climáticas no mundo.

Em 19 de agosto, o Inpe publicou uma nota em seu site na qual afirmava haver um problema com o satélite Aqua, da Nasa, a agência espacial norte-americana, que gera os dados de incêndios. Como consequência, os dados estavam incompletos desde 16 de agosto. A Nasa publicou avisos semelhantes em seu site alertando sobre problemas com o satélite.

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Setzer disse que o Inpe tem procurado fontes alternativas para corrigir o problema, estimando que pode demorar de uma a duas semanas para que os dados finais sejam publicados.

Uma vez corrigidos os dados, com falhas para a Amazônia a partir de 16 de agosto, juntamente com diferenças menores produzidas por dados ausentes para o norte da Amazônia desde então, o número final deve mostrar um ligeiro aumento, afirmou Setzer.

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