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Brasil

DCM revela como era o esquema de propina de Russomanno em clínica com o “Doutor Rey”

Reportagem de Joaquim de Jarvalho no DCM revela o esquema de propina e superfaturamento do "cirurgião das estrelas" Dr. Robert Rey e o político Celso Russomano, que envolve uma rede de franquias de estética e deixou várias pessoas atingidas em todo o Brasil; dr. Ray vem anunciando suas pretensões do concorrer à Presidência do Brasil em 2018

Reportagem de Joaquim de Jarvalho no DCM revela o esquema de propina e superfaturamento do "cirurgião das estrelas" Dr. Robert Rey e o político Celso Russomano, que envolve uma rede de franquias de estética e deixou várias pessoas atingidas em todo o Brasil; dr. Ray vem anunciando suas pretensões do concorrer à Presidência do Brasil em 2018 (Foto: Giuliana Miranda)
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Por Joaquim de Carvalho, no Diário do Centro do Mundo

Há alguns anos, a Rede TV começou a exibir no Brasil o reality show “Doutor Hollywood”, exibido nos Estados Unidos pela E! Entertainment e People and Arts.

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A estrela do programa era o cirurgião plástico brasileiro Roberto Miguel Ray Júnior, que se apresenta como Doctor Rey, um médico de celebridades. No Brasil, ele se candidato a deputado e não se elegeu. Mas se aproximou de um político campeão de votos e eleito seis vezes deputado federal, o Celso Russomanno, líder disparado nas pesquisas de intenção de votos para Prefeitura de São Paulo.

Juntos, desde 2014 os dois começaram a vender franquias da Estética Hollywood. Depois de anunciaram planos de inundar o Brasil com a marca, a Estética Hollywood se tornou um caso de polícia. Os proprietários de pelo menos doze franquias denunciaram um esquema de propina e de superfaturamento de preços.

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A popularidade de Celso Russomanno assusta os denunciantes. “Se ele se eleger prefeito de São Paulo, o que vai acontecer comigo?”, questiona um deles. Procurei alguns dos nomes que aparecem no processo que corre na 36ª Vara de Justiça Cível de São Paulo e no inquérito aberto no 36º Distrito de Polícia, mas nenhum quis gravar entrevista.

Levantei as informações no processo e obtive cópia do inquérito aberto do 36º Distrito Policial de São Paulo. Pessoas que participaram das reuniões dos franqueados falaram na condição de não serem identificados.

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“Eu só entrei nesse negócio por conta da credibilidade do Celso Russomanno, o político que defende o consumidor, e da imagem do Doutor Rey, que tinha um programa na televisão. Descobri tarde demais que era uma arapuca”, disse em uma dessas reuniões, chorando, Simone Basaglia.

Na sala, estavam as pessoas que se consideram vítimas de um golpe, na maioria mulheres. “A gente vai pela emoção, pela cara de bom moço do Celso e a fama do doutor Rey”, acrescentou. Simone foi a primeira a abrir a franquia Estética Hollywood, há dois anos, em um endereço da Vila Mariana, em São Paulo.

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Simone assistiu a uma entrevista na Rede Record, a emissora em que Russomanno trabalha, mas quem aparecia no vídeo era o Doctor Rey. Ele falava sobre “tratamentos inovadores” que planejava trazer para o Brasil. Simone se interessou e procurou na internet informações sobre a possibilidade de abrir uma franquia do Doctor Hollywood.

Alguns dias depois, estava frente a frente com os dois em um escritório de Moema, onde deixou um cheque de R$ 90 mil como sinal pela franquia e posou para fotos, que postou no facebook, ao lado dos franqueadores famosos.

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Na inauguração da clínica, alguns meses depois e outros 110 mil reais depositados na conta da franchising, Celso Russomanno e Doutor Ray estavam lá, dando entrevistas sobre os projetos dos dois: abrir 1 000 franquias em todo o Brasil.

Em dois anos, eles não chegaram tão longe, mas conseguiram assinar contrato com pelo menos 60 pessoas, todas acreditando na seriedade dos produtos e da marca. Para se tornar um franqueado, o empresário pagava, de início, R$ 200 mil. Conforme descrito no processo, a relação entre franqueados e franqueadores começou a ruir quando os empresários descobriram que estavam pagando muito mais do que valiam os serviços e os produtos que eram obrigados, por contrato, a adquirir da franchising.

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As instalações eram padronizadas e uma arquiteta indicada pela equipe de Celso Russomanno deveria ser necessariamente contratada. O piso de porcelanato, por exemplo, saía pelo dobro do preço. A arquiteta deixou a empresa e contou aos franqueados como funcionava esse esquema de superfaturamento.

Os franqueados disseram à justiça que pagavam pelo serviço de locação de equipamentos mais do que o preço de mercado. Por exemplo, a máquina que faz o congelamento de células de gordura, num procedimento que é conhecido como criolipólise, era locada obrigatoriamente de um único fornecedor, a Localaser, que, segundo a denúncia, cobrava R$ 1.500 para cada período de doze horas. No mercado, o mesmo equipamento podia ser alugado por R$ 1.000. Além disso, segundo os franqueados, o serviço tinha melhor assistência técnica.

Confira a íntegra do texto no site do DCM.

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