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Brasil

Delgatti diz à PF que Bolsonaro perguntou se ele conseguiria invadir as urnas eletrônicas

Diálogo narrado pelo hacker aconteceu em 2022, no Palácio da Alvorada, em reunião intermediada por Carla Zambelli

Jair Bolsonaro e Walter Delgatti (Foto: Reuters/Adriano Machado | Reprodução)
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247 - Conhecido como 'hacker da Vaza Jato', Walter Delgatti Neto, preso nesta quarta-feira (2) em operação que também teve como alvo a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli, relatou à Polícia Federal que durante uma reunião em 2022 com Jair Bolsonaro (PL), que ainda ocupava a Presidência da República, o então mandatário lhe perguntou se ele conseguiria invadir as urnas eletrônicas se tivesse acesso ao código-fonte dos dispositivos, informa Camila Bomfim, do g1. Delgatti disse aos investigadores que "isso não foi levado adiante". 

"QUE apenas pode afirmar que a Deputada Carla Zambelli esteve envolvida nos atos do declarante, sendo que o declarante, conforme saiu em reportagem, encontrou o ex- Presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Alvorada, tendo o mesmo lhe perguntado se o declarante, munido do código fonte, conseguiria invadir a Urna Eletrônica, mas isso não foi adiante, pois o acesso que foi dado pelo TSE foi apenas na sede do Tribunal, e o declarante não poderia ir até lá, sendo que tudo que foi colocado no Relatório das Forças Armadas foi com base em explicações do declarante", diz trecho do relatório da PF. >>> Por determinação de Moraes, PF apreende passaporte, armas, dinheiro e objetos de valor de Zambelli

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A reunião entre Bolsonaro e o hacker foi intermediada pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Delgatti Neto relatou que somente poderia obter o código-fonte das urnas na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que "não tinha como ir até lá".

Para garantir a integridade dos equipamentos, o TSE permite o acesso antecipado aos sistemas eleitorais para fins de auditoria, com 12 meses de antecedência em relação à data do primeiro turno. No entanto, de acordo com o TSE, esse acesso ocorre em um ambiente específico e sob a supervisão do tribunal. >>> PL já prevê a cassação do mandato de Zambelli, alvo de operação da PF

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A operação desta quarta teve como foco Carla Zambelli. Os investigadores estão averiguando se Delgatti Neto invadiu o site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inseriu documentos falsificados no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões. Isso incluiu um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A operação, que teve a autorização de Moraes, resultou na prisão preventiva de Walter Delgatti Neto e na realização de cinco mandados de busca e apreensão, direcionados a ele e a Carla Zambelli (três em Brasília e dois em São Paulo). Durante as buscas, foram apreendidos itens como armas, munições, computadores, tablets, celulares, passaportes, dinheiro e bens de valor.

Em comunicado, a defesa de Walter Delgatti Neto confirmou a prisão do hacker, mencionou que não teve acesso à decisão judicial e informou que ele está detido na sede da Polícia Federal em Araraquara (SP). A defesa de Carla Zambelli emitiu uma declaração confirmando as buscas e negando qualquer irregularidade por parte da deputada. Na nota, a deputada expressa sua disposição em cooperar com as autoridades e aguardar o desfecho das investigações para provar sua inocência.

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