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Demitir é pouco

Ao estender faixa com os dizeres “passagem livre para tráfico de drogas e de armas” policiais federais do Rio de Janeiro cavaram a própria cova. Resta ver se Dilma tem coragem de enterrá-los

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Chegou a hora de Dilma mostrar que é brava mesmo, fazer valer suas prerrogativas e botar no olho da rua, sem dó nem piedade, os policiais grevistas que estenderam uma faixa dizendo "passagem livre para tráfico de drogas e de armas" na via Dutra, no Rio.

"Comprovada a autoria, vamos aplicar as punições devidas e determinadas pela lei" disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Que tais punições sejam sumárias e exemplares, de preferencia aplicadas pela chefe do Executivo, é o que espera a população esmagada pelos desmandos dos grevistas.

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O gesto simbólico de Dilma seria interpretado como um ato de coragem, pois dar bronca em ministro banana é a parte fácil do seu trabalho, já peitar os policiais federais do Rio de Janeiro requer muito mais coragem e pulso forte de estadista.

Não sou advogado, mas tenho pra mim que ao estender a polêmica faixa, os policiais desrespeitaram um monte de leis, esculhambaram o código de ética do funcionalismo público e cuspiram na cara do governo e da sociedade. Como resposta a um ato tão infantil e irresponsável, só uma paulada da presidente da república pra redimir o coitado do brasileiro.

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Segundo dados do Ministério do Planejamento, da Previdência Social e Dieese, publicados na revista Época dessa semana na reportagem "O País dos Elefantes", desde 2003 o aumento real de salários (acima da inflação) no setor público foi o quádruplo do registrado no setor privado: 28% contra 6,9. Mesmo assim, eles estão insatisfeitos.

Os aposentados do governo federal representam apenas 3,8% do total, mas responderam por 61% do déficit da previdência em 2011. Como se vê, um absurdo.

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O engraçado é que em 2009 o Ipea divulgou um estudo chamado "Produtividade na Administração Pública Brasileira" que chegou a seguinte conclusão: a produtividade no setor público supera a do setor privado. Seguindo uma metodologia que deve ser a mais chapa-branca do mundo, um órgão público chegou a conclusão que os funcionários públicos são os que mais trabalham.

"Em todos os anos pesquisados, a produtividade da administração pública foi maior que a registrada no setor privado. Essa diferença sempre foi superior a 35%" disse Marcio Pochmann, então presidente do Ipea. Ele é um cara estudado, então deve ter os seus motivos quando sugere que um assessor parlamentar trabalha 35% a mais que o folgado que passa o dia fritando batatas no McDonald´s.

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Aspas pra um funcionário público que não quis se identificar: "Trabalho num ministério há dois anos, ainda estou em estágio probatório, sou ideologicamente contra a greve, mas aderi pra não ficar mal com os colegas. O órgão precisa se reestruturar, tem reivindicações legítimas, mas parar de trabalhar não me parece, nem de longe, o melhor caminho. Considero que, no contexto geral do país, ganho um bom salario."

Será que tem alguém que pensa parecido?

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