Denunciado pela PGR por ameaça a Patrícia Lélis, Eduardo Bolsonaro ignora Justiça
Eduardo Bolsonaro, deputado e filho do presidenciável Jair Bolsonaro, não atendeu intimações para se manifestar no STF (Supremo Tribunal Federal) acerca das acusações de ameaça a uma jornalista; depois de ser solenemente ignorado pelo deputado - que não constitutiu advogado para o caso -, o ministro Roberto Barroso decidiu convocá-lo pessoalmente; o processo gira em torno da ameaça que a jornalista Patrícia Lélis recebeu de Eduardo Bolsonaro, que enviou mensagem a ela: "sua otária. Quem você pensa que é? Se falar mais alguma coisa, eu acabo com sua vida"
247 - Eduardo Bolsonaro, deputado e filho do presidenciável Jair Bolsonaro, não atendeu intimações para se manifestar no STF (Supremo Tribunal Federal) acerca das acusações de ameaça a uma jornalista. Depois de ser solenemente ignorado pelo deputado - que não constitutiu advogado para o caso -, o ministro Roberto Barroso decidiu convocá-lo pessoalmente. O processo gira em torno da ameaça que a jornalista Patrícia Lélis recebeu de Eduardo Bolsonaro, que enviou mensagem a ela: "sua otária. Quem você pensa que é? Se falar mais alguma coisa, eu acabo com sua vida".
A reportagem do jornal Folha de S. Paulo narra a resposta da jornalista ao deputado: "isso é uma ameaça?", ela reagiu. "Entenda como quiser. Depois reclama que apanho [sic]. Você merece mesmo. Abusada. Tinha que ter apanhado mais para aprender a ficar calada. Mais uma palavra e eu acabo com você. Acabo mais ainda com a sua vida."
A mensagem foi trocada no aplicativo de celular Telegram: "no Telegram, as mensagens são apagadas automaticamente após a leitura. Lélis filmava a conversa".
"Estou gravando", ela alertou o filho do ex-capitão. "Foda-se. Ninguém vai acreditar em você", ele respondeu. Lélis, então, afirmou através do aplicativo que iria tornar pública a desavença.
A resposta de Eduardo Bolsonaro veio mais violenta: "vai par o inferno. Puta. Você vai se arrepender de ter nascido. O aviso está dado. Mais uma palavra, e eu vou pessoalmente atrás de você. Num pode me envergonhar, vagabunda".
Lélis, então, respondeu: "resolvemos na Justiça".
"Enfia a Justiça no seu cú [sic]", finalizou o deputado.
Segundo a procuradora-geral, Raquel Dodge, a autoria das mensagens foi demonstrada pela operadora da linha de telefone celular do deputado. Dodge denunciou Eduardo Bolsonaro pelo crime de ameaça, tipificado no artigo 147 do Código Penal.
"O denunciado era plenamente capaz à época dos fatos, tinha consciência da ilicitude e dele exigia-se conduta diversa", disse Dodge.
"Relevante destacar que o denunciado teve a preocupação em não deixar rastro das ameaças". A procuradora ainda complementou em seu despacho: "a conduta é especialmente valorada em razão de o acusado atribuir ofensas pessoais à vítima no intuito de desmoralizá-la, desqualificá-la e intimidá-la."
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