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      Dilma e Isadora

      Uma estudou e a outra ainda está na escola pública, que agora poderá, enfim, renascer com a lei das cotas

      Leonardo Attuch avatar
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      Dilma Rousseff estudou numa escola pública: o Colégio Estadual de Belo Horizonte. Naquele tempo, porém, educação de qualidade ainda era um privilégio da elite e as melhores instituições públicas de ensino eram reservadas às boas famílias – como acontece hoje com as universidades federais.

      Com o passar do tempo, a educação pública se degradou e os filhos da classe média e da elite migraram para os colégios particulares. As escolas federais, municipais e estaduais ficaram tão abandonadas que o ex-senador Cristovam Buarque, dedicado à causa educacional, fez uma proposta revolucionária: filhos de políticos seriam obrigados a estudar em instituições públicas.

      A proposta não vingou, mas, na semana passada, uma decisão histórica foi tomada pela ex-aluna de escola pública, Dilma Rousseff. Ela sancionou a Lei de Cotas nas universidades, que, dentro de quatro anos, obrigará todas as universidades a reservar nada menos que 50% das vagas a alunos oriundos de instituições públicas.

      Nesta mesma semana, uma aluna de colégio público, chamada Isadora Faber, que estuda em Florianópolis, ganhou notoriedade ao postar no Facebook as deficiências de sua escola. Foi saudada por muitos que combatem as cotas como o início de uma revolução no ensino. Mas uma Isadora só não faz verão. É preciso também um impulso igualitário que venha de cima.

      Os adversários das cotas, que muitas vezes estão a serviço do lobby das escolas particulares, têm um argumento na ponta da língua: mas e a meritocracia? O mérito só pode ser comparado entre pessoas que tiveram oportunidades iguais ou que reúnem condições semelhantes. Se fosse diferente, atletas olímpicos disputariam competições esportivas com paraolímpicos.

      Na prática, a Lei de Cotas pode ter duas consequências: destruir as universidades federais, como argumentam os pessimistas e os porta-vozes do apartheid social, ou melhorar a escola pública. Cabe ao Brasil escolher e aos pais também da elite decidir se matriculam os filhos em escolas públicas ou privadas.

       

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