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Dilma lamenta morte do diretor teatral Aderbal Freire-Filho: "era um visionário"

Ex-presidente Dilma afirmou que Aderbal sempre esteve comprometido com as melhores causas sociais e na defesa da democracia

Dilma Rousseff e Aderbal Freire-Filho (Foto: ABR)

247 - A ex-presidente Dilma Rousseff lamentou o falecimento do diretor teatral Aderbal Freire-Filho neste quarta-feira (9), aos 82 anos. Aderbal sofria complicações no estado de saúde desde 2020, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico, e estava internado no Hospital Copa Star, no município do Rio (RJ). Ele era colunista do 247.

Pelas redes sociais, Dilm Rousseff afirmou que Aderbal sempre esteve comprometido com as melhores causas sociais e na defesa da democracia. "Sempre esteve ao lado do bom combate, mesmo em tempos sombrios, quando sonhar em liberdade era uma ação política libertária. Tenho profunda admiração por ele e sua arte", afirmou a ex-presidente.

Dilma lembrou que em 2009, quando estiveram juntos em um ato de entrega de medalhas de ordem cultural pelo governo, Aderbal a saudou como futura presidenta do Brasil. "Foi alvo de críticas e de ataques na mídia. E não esmoreceu. Na campanha que dividiu o país pelo meu impeachment, de novo fez a defesa da democracia. E denunciou o golpe de 2016", afirmou. >>> Internautas prestam solidariedade a Marieta Severo após a morte do ex-diretor teatral Aderbal Freire-Filho

Aderbal nasceu em 1941 em Fortaleza e, apesar da formação em direito, seguiu o caminho profissional artístico. Participava de grupos amadores de teatro desde adolescente. Na década de 1970, mudou-se para o Rio de Janeiro e estreou como ator em Diário de Um Louco, de Nikolai Gogol. A peça era encenada em um ônibus que percorria as ruas da cidade. Em 1972, dirigiu a primeira peça: Cordão Umbilical, de Mário Prata. O sucesso veio em 1973 com a direção de Apareceu a Margarida, do dramaturgo Roberto Athayde, com Marília Pêra.

O diretor de teatro era casado com a atriz Marieta Severo. Eles trabalharam juntos em algumas oportunidades, como na peça Incêndios, em que ela era protagonista. A produção rendeu a Aderbal o Prêmio Shell de Teatro na categoria melhor diretor. Ao longo da carreira, trabalhou como diretor em pelo menos 29 peças de teatro e como ator em dois filmes e três séries de televisão.

O último trabalho nas telas foi o programa Arte do Artista, que apresentou na TV Brasil. Foram quatro temporadas e uma proposta experimental, de misturar as diferentes linguagens da televisão, do teatro e do cinema. Nomes conhecidos do cenário artístico e cultural brasileiro passaram pelo programa, como Nicette Bruno, Selton Mello, Wagner Moura, Andréa Beltrão, Camila Pitanga, Deborah Colker e Marília Gabriela.

Leia, abaixo, a manifestação de Dilma na íntegra:

"É com muita tristeza que recebo a notícia da morte de Aderbal Freire Filho, um dos grandes nomes do teatro brasileiro, sempre comprometido com as melhores causas sociais e na defesa da democracia. Aderbal é um dos inovadores do teatro brasileiro, sempre inquieto e irreverente, dono de um grande senso de humor e um coração do tamanho da generosidade dos grandes humanistas e artistas. Era um visionário.

Sempre esteve ao lado do bom combate, mesmo em tempos sombrios, quando sonhar em liberdade era uma ação política libertária. Tenho profunda admiração por ele e sua arte.

Em 2009, quando estivemos juntos num ato de entrega de medalhas de ordem cultural pelo governo, ele me saudou como futura presidenta do Brasil. Foi alvo de críticas e de ataques na mídia. E não esmoreceu. Na campanha que dividiu o país pelo meu impeachment, de novo fez a defesa da democracia. E denunciou o golpe de 2016.

Por tudo isso, e pela amizade sincera e descomprometida, quero deixar para Marieta Severo, mulher e companheira de Aderbal, admirável artista brasileira, um imenso e carinhoso abraço nesta hora de dor que está enfrentando, depois de 19 anos de uma relação amorosa e de encantamento.

Aos amigos e fãs de Aderbal, quero expressar minha solidariedade e apoio neste momento. Eu sinto imensamente a perda deste artista extraordinário. Aderbal, presente!"