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Dilma: o Brasil precisa voltar a olhar para a América Latina, BRICS e África

A ex-presidente Dilma Rousseff disse à TV 247 que o fortalecimento das relações com a América Latina, os BRICS e a África era a “tríade mais importante” da política internacional de seu governo. Ela também contou um bastidor ocorrido em uma das reuniões com os BRICS acerca da espionagem dos EUA ao Brasil. Assista

247 - A ex-presidente Dilma Rousseff contou à TV 247 sobre o multilateralismo praticado pelo Brasil durante seus governos. Ela falou também sobre a importância principalmente dos BRICS e da América Latina em uma transmissão realizada com os jornalistas Pepe Escobar e Leonardo Attuch.

“Durante o nosso governo nós estivemos ao lado dos BRICS, nós acreditávamos que era fundamental para o Brasil ter uma política multilateral e defender essa política multilateral. Significava que a gente definiu como prioritária a relação com a América Latina, porque a América Latina são 680 milhões de pessoas com as quais compartilhamos a vizinhança, a cultura e uma proximidade que é fundamental que a gente construa inteiramente. Ao mesmo tempo nós definimos que era fundamental a relação com a África. Ter essa relação com os países africanos é reconhecer a nossa herança e reconhecer a importância cultural, econômica e social da África para conosco”, explicou Dilma.

A ex-presidente ressaltou a importância do relacionamento com os BRICS - Rússia, Índia, China e África do Sul. Segundo ela, estes componente somado ao trato com África e América Latina formavam a “tríade mais importante” da política internacional de seu governo. “Nós tivemos uma visão de que multilateralmente para o Brasil era fundamental a cooperação com os BRICS e o estreitamento de relações bilaterais entre Brasil e Rússia, Brasil e China, Brasil e Índia e Brasil e África do Sul. Além disso nós definimos como sendo importante a relação, obviamente, com países europeus, os Estados Unidos e o Japão. Esta visão multilateral implicava uma visão de que o Brasil precisava de ter uma postura multilateral, o Brasil tinha de enfatizar a sua região. Sem dar força à nossa região, nós não teríamos a dimensão que o Brasil tinha responsabilidade de ter e não teríamos responsabilidade diante do povo latino-americano. Voltar e olhar para a América Latina eu acho que, junto com a questão dos BRICS e da África, foi a tríade mais importante. O eixo, a tríade principal foi essa”.

Dilma afirmou, portanto, que o Brasil hoje deveria retomar tal política de cooperação multilateral com os BRICS, com a América Latina, pelo fortalecimento da região, e com a África, pelas heranças culturais. “Acredito que hoje nós teríamos que ter uma política muito clara multilateral e uma política muito clara de alianças, dentre essas alianças eu acredito que uma das alianças estratégicas é com os países BRICS, além dos países latino-americanos”.

“NSA grampeou a gente”

Dilma Rousseff contou um também um bastidor de uma das reuniões dos BRICS. Antes de uma dessas conferências, relatou a ex-presidente, houve uma conversa com a liderança de outros países acerca da espionagem feita pelos Estados Unidos ao Brasil, quando os norte-americanos, por meio da Agência de Segurança Nacional (NSA),  grampearam a direção da Petrobras e o gabinete de Dilma.

Dilma afirmou que o grampo nunca foi negado. “A gente ficava esperando a reunião e todo mundo conversava sobre tudo, se conversa sobre tudo. Por exemplo: se conversa sobre o fato de os Estados Unidos terem grampeado a Petrobras e meu gabinete, ao mesmo tempo que estava grampeando o gabinete da ministra Angela Merkel, e alguém falou: ‘mas isso é o que mais ocorre no mundo desde o império romano’. O problema é que você não pode permitir que seja tão explícito que seja política de Estado explícita. Se Esparta espionava Atenas na guerra do Peloponeso é uma coisa, outra coisa é grampearam o escritório da Merkel e grampearam a PEtrobras e meu gabinete. Está escrito no papel que eles fizeram, eles não desmentem. Nunca negaram, a NSA grampeou a gente”. 

Inscreva-se na TV 247 e assista à entrevista na íntegra: