CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Brasil

Dilma: parabéns Raduan, pelo prêmio, e por não ficar calado diante do golpe

O discurso do escritor brasileiro Raduan Nassar, que denunciou o golpe e as arbitrariedades cometidas no Brasil ao receber o Prêmio Camões nesta sexta-feira, 17, foi elogiado pela presidente deposta Dilma Rousseff; "Parabéns, Raduan Nassar, pelo Prêmio Camões de literatura e pela coragem de "não ficar calado" diante do golpe e dos desmandos do governo ilegítimo", disse a presidente deposta em sua página no Facebook

O discurso do escritor brasileiro Raduan Nassar, que denunciou o golpe e as arbitrariedades cometidas no Brasil ao receber o Prêmio Camões nesta sexta-feira, 17, foi elogiado pela presidente deposta Dilma Rousseff; "Parabéns, Raduan Nassar, pelo Prêmio Camões de literatura e pela coragem de "não ficar calado" diante do golpe e dos desmandos do governo ilegítimo", disse a presidente deposta em sua página no Facebook (Foto: Aquiles Lins)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - O discurso do escritor brasileiro Raduan Nassar, que denunciou o golpe e as arbitrariedades cometidas no Brasil ao receber o Prêmio Camões nesta sexta-feira, 17, foi elogiado pela presidente deposta Dilma Rousseff.

"Parabéns, Raduan Nassar, pelo Prêmio Camões de literatura e pela coragem de "não ficar calado" diante do golpe e dos desmandos do governo ilegítimo", disse a presidente deposta em sua página no Facebook.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Depois do discurso de Raduan, o ministro da Cultura, Roberto Freire, contrariando o protocolo, discursou por último, fez críticas ao homenageado. "Não existe nenhuma confusão em relação ao momento democrático que vive o Brasil", disse Freire, seguido de risos e vaias da plateia.

Confira íntegra do discurso de Raduan Nassar:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Excelentíssimo Senhor Embaixador de Portugal, Dr. Jorge Cabral.

Senhor Dr. Roberto Freire, Ministro da Cultura do governo em exercício.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Senhora Helena Severo, Presidente da Fundação Biblioteca Nacional.

Professor Jorge Schwartz, Diretor do Museu Lasar Segall.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Saudações a todos os convidados.

Tive dificuldade para entender o Prêmio Camões, ainda que concedido pelo voto unânime do júri. De todo modo, uma honraria a um brasileiro ter sido contemplado no berço de nossa língua.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Estive em Portugal em 1976, fascinado pelo país, resplandecente desde a Revolução dos Cravos no ano anterior. Além de amigos portugueses, fui sempre carinhosamente acolhido pela imprensa, escritores e meios acadêmicos lusitanos.

Portanto, Sr.Embaixador, muito obrigado a Portugal.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Infelizmente, nada é tão azul no nosso Brasil.

Vivemos tempos sombrios, muito sombrios: invasão na sede do Partido dos Trabalhadores em São Paulo; invasão na Escola Nacional Florestan Fernandes; invasão nas escolas de ensino médio em muitos estados; a prisão de Guilherme Boulos, membro da Coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto; violência contra a oposição democrática ao manifestar-se na rua. Episódios todos perpetrados por Alexandre de Moraes.

Com curriculum mais amplo de truculência, Moraes propiciou também, por omissão, as tragédias nos presídios de Manaus e Roraima. Prima inclusive por uma incontinência verbal assustadora, de um partidarismo exacerbado, há vídeo, atestando a virulência da sua fala. E é esta figura exótica a indicada agora para o Supremo Tribunal Federal.

Os fatos mencionados configuram por extensão todo um governo repressor: contra o trabalhador, contra aposentadorias criteriosas, contra universidades federais de ensino gratuito, contra a diplomacia ativa e altiva de Celso Amorim. Governo atrelado por sinal ao neoliberalismo com sua escandalosa concentração da riqueza, o que vem desgraçando os pobres do mundo inteiro.

Mesmo de exceção, o governo que está aí foi posto, e continua amparado pelo Ministério Público e, de resto, pelo Supremo Tribunal Federal.

Prova da sustentação do governo em exercício aconteceu há três dias, quando o ministro Celso de Mello, com suas intervenções enfadonhas, acolheu o pleito de Moreira Franco. Citado 34 vezes numa única delação, o ministro Celso de Mello garantiu, com foro privilegiado, a blindagem ao alcunhado "Angorá". E acrescentou um elogio superlativo a um de seus pares, o ministro Gilmar Mendes, por ter barrado Lula para a Casa Civil, no governo Dilma. Dois pesos e duas medidas

É esse o Supremo que temos, ressalvadas poucas exceções. Coerente com seu passado à época do regime militar, o mesmo Supremo propiciou a reversão da nossa democracia: não impediu que Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados e réu na Corte, instaurasse o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Íntegra, eleita pelo voto popular, Dilma foi afastada definitivamente no Senado.

O golpe estava consumado!

Não há como ficar calado.

Obrigado

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO