Discurso de Alckmin sobre construir pontes prova o acerto de Lula, aponta Miguel do Rosário
"A 'conversão' de Alckmin ao lulismo é uma vitória do ex-presidente, mas sobretudo uma prova da beleza da política", escreve o editor do blog O Cafezinho
Por Miguel do Rosário, no Twitter do Cafezinho - O discurso de Alckmin no ato de filiação ao PSB foi muito bonito. Começou falando sobre os valores comuns entre social-democracia e socialismo, nascidos (ou renascidos) na revolução francesa. "Liberdade, igualdade, fraternidade", lembrou.
Citou Chesterton, que posiciona a coragem como virtude suprema, a que sempre permanece quando todas as outras faltam. Citou Churchill, que dizia que aqueles que se apegam a rixas do passado, esquecem o futuro.
Parabenizou o PSB pelo apoio a Lula, ao qual se referiu com entusiasmo: encarna a esperança dos brasileiros. Lembrou que os inimigos do país são a miséria, a desigualdade e a fome. Defendeu-se dos críticos, lembrando que, no embate com Lula em 2006, nunca se questionou a democracia, e que o nível era outro.
A "conversão" de Alckmin ao lulismo é uma vitória do ex-presidente, mas sobretudo uma prova da beleza da política, que transforma pessoas e movimentos.
A editora @AutonomiaLiter2 está publicando o livro Red Star, de Edgar Snow, sobre a revolução chinesa. É um clássico. Há um capítulo sobre Chu Peh, o comandante máximo do Exercito Vermelho (abaixo apenas do próprio Mao Tse Tung).
Chu Peh tinha sido um burocrata militar corrupto, violento e viciado em ópio. Suas leituras e a observação da realidade dura dos chineses, porém, qdo tinha mais de 40 anos, a mudar de lado. E adere à luta revolucionária.
Fazer política é construir pontes. O discurso de Alckmin prova o acerto de Lula: o símbolo da conquista de Alckmin para seu projeto é poderoso. Será talvez um vice mais importante que José de Alencar, porque mais eficiente em derrubar preconceitos.
E, sim, Lula tem projeto: o fato de não estar esquematizado num livrinho a venda na Amazon não significa nada. É um projeto de emancipação econômica do país, cujas grandes linhas são conhecidas desde Celso Furtado. Cabe a ele e a todos construir a sua sustentação política.
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