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Do líder dos caminhoneiros a Bolsonaro: 'a categoria não tem como rodar. Os pobres estão sem comida. A responsabilidade é sua'

"Chame a responsabilidade, porque senão esse país vai estar parado, e a responsabilidade é sua", afirmou Wallace Landim, o Chorão

Wallace Landim, o Chorão (à esq) (Foto: Reprodução | ABr)

247 - O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, o Chorão, afirmou nesta segunda-feira (23) que Jair Bolsonaro (PL) precisa chamar para si a responsabilidade pelo alto preço dos combustíveis no Brasil. 

"Ou o senhor chama a responsabilidade, chama o conselho administrativo da Petrobras, chama o Ministério da Economia, quem o senhor quiser. Porque, senão, esse país vai parar novamente. A categoria já está parando por não ter condições de rodar, a classe pobre não tem condições de comer. Chame a responsabilidade, porque senão esse país vai estar parado, e a responsabilidade é sua", disse Landim. O relato dele foi publicado pela coluna Painel

Sobre a insegurança alimentar, 19 milhões de brasileiros sofreram com a fome durante a pandemia ao longo de 2020, segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, conduzido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

O líder dos caminhoneiros afirmou também que a categoria foi pega de surpresa com a troca de comando na presidência da Petrobrás e cobrou transparência em relação ao estoque do diesel no mercado interno. "A categoria dos caminhoneiros autônomos, motoristas de aplicativo e motoboys precisam do mínimo de segurança e previsibilidade para continuar trabalhando em face dos sucessivos aumentos dos combustíveis", disse.

Troca de comando e preços 

O Ministério de Minas e Energia anunciou nesta segunda-feira (23) que José Mauro Ferreira Coelho não será mais o presidente da Petrobrás. Para o lugar dele, o governo indicou Caio Paes de Andrade, auxiliar de Paulo Guedes no Ministério da Economia.

O valor médio da gasolina ultrapassa os R$ 7. O governo tem evitado aumentar o preço do combustível em ano eleitoral. Fontes da Petrobrás afirmaram ao jornal O Globo que a defasagem do valor é de 15% - o preço de produtos derivados de petróleo varia de acordo com a cotação do dólar no mercado internacional. A última vez que a Petrobras reajustou a gasolina foi no dia 11 de março.

O diesel, que aumenta há cinco semanas seguidas, conforme a Agência Nacional do Petróleo (ANP), está com o litro a R$ 6,943, em média.

'Não decido nada'

Em março, Bolsonaro tentou fugir da responsabilidade sobre o aumento dos preços dos combustíveis 

"Eu não defino preço na Petrobras. Eu não decido nada, não. Só quando tem problema cai no meu colo", disse ele a apoiadores. 

Pelo cargo que ocupa, Bolsonaro tem poder de indicar o presidente da empresa. Também pode indicar nomes para conselhos da Petrobrás - eles que definem a política de preços da estatal.

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