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Brasil

“Do portão pra dentro é dos presidiários”, diz ex-detento em Manaus

Ao Jornalistas Livres, um ex-detento do Complexo Prisional Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, onde morreram 56 pessoas em rebelião no início de janeiro, relata a omissão do Estado frente ao sistema penitenciário brasileiro; preso por portar 12 cigarros de maconha, foi preso sob acusação de "tráfico de drogas" e entrou para as estatísticas da população prisional brasileira; assista

Ao Jornalistas Livres, um ex-detento do Complexo Prisional Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, onde morreram 56 pessoas em rebelião no início de janeiro, relata a omissão do Estado frente ao sistema penitenciário brasileiro; preso por portar 12 cigarros de maconha, foi preso sob acusação de "tráfico de drogas" e entrou para as estatísticas da população prisional brasileira; assista (Foto: Aquiles Lins)
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Do Jornalistas Livres - João (nome fictício utilizado para preservar o entrevistado), era usuário e também vendia maconha. Tinha 21 anos e trabalhava como office boy quando, em 2007, foi preso sob acusação de "tráfico de drogas". Portava 12 cigarros de maconha.

João começou a vender maconha para sustentar seu próprio consumo. Não tinha pretensão de enriquecer com a venda da planta e tampouco tirava seu sustento das vendas. Não era vinculado a organizações criminosas e, até então, não tinha antecedentes criminais. João entrou para as estatísticas da população prisional brasileira.

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Segundo dados de dezembro de 2014, divulgados pelo Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), o Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo (622.202). O líder do ranking são os Estados Unidos (com 2,2 milhões de presos). Dos 622.202 detentos brasileiros, 28% estão enquadrados na Lei de Drogas. A maioria da população prisional é composta por negros (67%) e por indivíduos de baixa escolaridade (53%).

Quem é o responsável pelo massacre que ceifou as vidas de 60 homens no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj)? Seria da terceirizada Umanizzare, empresa privada que administrava a penitenciária, tendo recebido do governo do estado do Amazonas o equivalente a R$ 686 milhões entre os anos de 2013 a 2016? Ou o responsável seria o Estado, que deveria fiscalizar a terceirizada contratada para que cumprisse com os serviços inclusos no contrato, entre os quais se contam: prezar pela limpeza e conservação do complexo penitenciário, pela manutenção dos equipamentos que integram o sistema de segurança eletrônica, como câmeras de vídeo e pela alimentação dos detentos entre outros serviços.

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Lado mais fraco

João é um exemplo dos milhares de detentos não só do Estado do Amazonas, mas também do Brasil. Esses que são esquecidos pelo Estado, responsável por eles enquanto estes estiverem sob sua custódia. João poderia ser um dos mortos no massacre.

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Por causa de 12 cigarros de maconha!

E tem muita gente fora das cadeias pedindo mais mortes. "Morram todos!"

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O TRISTE É QUE A MAIORIA DESSES QUE GRITAM "BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO" QUER UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA –MAS A SOLUÇÃO IMEDIATISTA QUE PROPÕE SÓ PUNE EXATAMENTE O LADO MAIS FRACO.

O relato de João, um ex-detento do Compaj, nos leva a analisar a necessidade da descriminalização do consumo de todas as drogas, a analisar a omissão do Estado frente ao sistema penitenciário brasileiro e também, a refletir se estamos perdendo nossa humanidade ao difundir o ódio nas redes sociais.

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Jornalistas Livres foram ao encontro do ex-detento que é filho de uma diarista moradora da periféria de Manaus. O relato de João é sobre tudo que viveu enquanto esteve preso. Sobre sua história, sobre tudo o que viu, o que sentiu, e como é a vida atrás das grades. A entrevista a seguir foi feita pelos repórteres Macarena Mairata e Christian Braga de Manaus (AM), dos Jornalistas Livres.

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