"Ele já está prevendo a derrota", diz Lula sobre Bolsonaro
Bolsonaro disse que, se não ganhar a eleição no primeiro turno com 60% dos votos, há algo de errado com as urnas eletrônicas. Pesquisas apontam Lula como franco favorito
247 - O ex-presidente Lula (PT) teve um encontro nesta terça-feira (20) com representantes do setor de turismo e comentou a declaração de Jair Bolsonaro (PL) sobre vitória no primeiro turno. Em entrevista ao SBT, Bolsonaro afirmou que ele próprio não vencer a eleição presidencial no primeiro turno com 60% dos votos, "algo de anormal" terá acontecido na apuração dos votos.
Todas as pesquisas com credibilidade apontam para uma liderança consolidada de Lula na disputa pela Presidência. Ipec e Datafolha, por exemplo, têm mostrado chances reais de vitória de Lula no primeiro turno.
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Para o petista, Bolsonaro "já está prevendo a derrota". "Eu fico otimista porque ele já está prevendo a derrota dele, ele já está prevendo porque eu acho que não há como o povo não ter precificado já a saída e a volta da democracia. A gente quer voltar para fazer esse país ser feliz outra vez, esse país ser bonito, ser alegre. Vamos ter que recuperar nossa imagem para o mundo inteiro. Eu volto com a disposição de fazer em quatro anos o que eu não consegui fazer em oito. O Brasil não pode esperar".
O ex-presidente se mostrou confiante: "estamos a 12 dias das eleições. Não é uma tarefa fácil. Será uma benção de Deus a gente ganhar o Brasil e ganhar São Paulo junto. Estou otimista que o Haddad vai ser o governador de São Paulo, estou otimista que o Márcio [França] vai ser o senador e estou muito otimista que a gente pode ganhar. Acho que está tudo preparado, caminhando para a gente ganhar as eleições. Obviamente que eleição e mineração a gente só conhece o resultado depois da apuração".
Turismo
O ex-presidente apontou a destruição da imagem do Brasil por Bolsonaro como um dos motivos para o enfraquecimento do turismo do país. "Mau-humor não atrai turismo, fome não atrai turismo, pobreza não atrai turismo, violência muito menos. E tudo nós temos aqui no Brasil, até em excesso, a começar pela imagem do atual presidente. Atrair turista signifca vender a ideia de uma coisa boa. As pessoas vêm para cá se a gente oferecer comodidade para as pessoas. Ele quer sair na rua e ter segurança, quer ter uma culinária extraordinária. É isso que nós temos que fazer".
"Nós estamos vivendo esse clima no país. Você tem um presidente que vem o presidente da França e ele não recebe porque vai fazer a barba, você tem um presidente que diz que a mulher do presidente da França é velha, você tem um presidente que afronta o presidente de Portugal, que afronta a Europa, você tem um presidente que se subordinou ao Trump. Não é possível que ninguém queira vir aqui e não é possível que ninguém queira receber ele. Esse país, por mais que a gente faça investimento, ninguém vem aqui. É preciso que a gente mude, o Brasil é um país alegre. Se tem uma coisa que as pessoas gostam no Brasil é que nós somos a única espécie que conta piada da sua própria desgraça. É isso que interessa às pessoas, um país alegre", completou.
Ele repetiu as três palavras que devem guiar sua agenda econômica -
estabilidade, credibilidade e previsibilidade - e se comprometeu a investigar e resolver os fatores que levaram o preço das passagens aéreas para as alturas. "Tem alguma coisa nos preços da passagem, tem alguma coisa a mais que o preço do querosene [combustível]. Quando você vai comprar uma passagem daqui [São Paulo] para o Rio e ela custa quase R$ 1 mil, não é normal. Quando você paga quase R$ 3 mil para Brasília não é normal. Não é só o preço do querosene, porque o preço do querosene é o mesmo no sábado, na segunda, na terça, na quarta. Se for o preço do querosene, a gente vai resolver. Deve ter outras coisas. Para fazer turismo o povo precisa ter dinheiro primeiro para comprar passagem. É preciso que o povo trabalhe e tenha salário. (...) Esse é um tema que está cravado na minha cabeça, o maldito preço do querosene de avião para facilitar a vida das pessoas que querem viajar nesse país"
Lula ainda apontou o turismo como "uma fonte muito grande e muito rápida para a gente criar emprego".
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